JG Falcade: ‘E nada do presidente do Palmeiras aparecer’

Eu nem me lembro da última vez que isso aconteceu e não consigo achar isso normal

Eu nem me lembro da última vez que isso aconteceu. E eu não consigo achar isso normal. Às vésperas da final da Libertadores, surge um clima lotado de tensão entre treinador e torcida, entre elenco e comando, entre todos nós que fazemos o Palmeiras. Abel é quem responde pelo sucesso e pelo fracasso, pela instituição, pelos atletas, pelas apelações junto à arbitragem, por tudo. Como se o Palmeiras não tivesse presidente.

Chego a me perguntar se ainda tem, inclusive.

Conheça o canal do Nosso Palestra no Youtube! Clique aqui
Siga o Nosso Palestra no Twitter e no Instagram / Ouça o NPCast!
Conheça e comente no Fórum do Nosso Palestra

Não é preciso responder publicamente sobre tudo, o tempo todo, mas é preciso fazer o mínimo. Leila, que ainda é candidata, se mostra mais do que quem detém a faixa. O diretor de futebol segue em profundo silêncio. Nenhuma dessas figuras, responsáveis pelo elenco que o clube tem, coloca sua função pra jogo. Não basta ser eficaz, é preciso parecer ser, também.

Há uma inércia profunda no Palmeiras. Abel, que já toma os pés pelas mãos, vai se colocando mais e mais vezes na linha de tiro, é o escudo perfeito. Se o time vai mal, críticas ao treinador e a direção fica protegida, esquecida em sua insignificância atual. Eu sequer entendo o porque ainda ostentarem esses cargos que seguem sem querer exercer.

A missão cumprida, publicada e apagada das redes sociais de um dirigente, explica bastante coisa. Se perder a América, culpa do Abel. Se ganhar, mérito da gestão responsável. E assim a banda segue tocando semana a semana, desde quando o treinador foi criticado na televisão pelo presidente ou nos muitos dias nos quais ele comprou brigas que nem caberiam a ele, existisse um comando forte.

Eu me recuso a ignorar a situação. Se me resta um canhãozinho de luz, ele vai sempre em direção a quem acolheu Deyverson, a quem desistiu de Taty, Ademir e Borré, de quem não quis um novo lateral direito, de quem não quis agir porque era politicamente melhor. De quem usa os erros do treinador como defesa à sua própria condição inábil de achar soluções e ajudá-lo.

Sempre bom lembrar: um comando fraco é sinônimo de grupo acomodado.

LEIA MAIS
Mauro Beting: ‘Willian do Toninho’
Bastidores: Abel incomodado sobre possível saída