O palmeirense talvez ainda não veja, e até acredito que demore a ver, mas o que presenciamos é um sonho. Campeões da América sobre o Santos, depois de ter sido campeão sobre os mesmos vices, na Copa do Brasil. Campeão paulista contra o maior rival, exorcizando um fantasma. E humilhando aquele que ainda restava bater na competição mais importante do continente.
O Palmeiras não deixou aos seus rivais quaisquer motivos pra celebrar. Não tem ‘mas’ na história. Os tabus estão desfeitos, as marcas estão desconstruídas, os receios não existem mais. O Palmeiras fez dos seus últimos anos um ritual de enterro pra tudo o que o assombrava. Ele zerou a brincadeira. Ser palmeirense está mais fácil do que nunca. Nem faz sentido pra nós, pra quem somos, mas é a realidade.
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Ao São Paulo, que sempre venceu o Palmeiras na Libertadores, um 3 a 0 que poderia ser 5. Ao Corinthians, comemorar contratação e distância da zona de rebaixamento. Ao Santos, tentar a contratação do Lucas Lima, num lendário momento de corno manso. O palmeirense é insuportável e sempre vai se sentir abaixo do que gostaria de estar e talvez por isso esteja tão bem. Ele não se acostuma com pouco, mas hoje ele tem tudo. Riquíssimo.
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Talvez não tenha noção desse momento mágico. Antes, ir à Libertadores era um acontecimento. Hoje, atual campeão e semifinalista, parece menos especial do que realmente é. A satisfação esconde a dimensão de uma conquista. Felizmente, o Verdão conquistou tanto, em tão pouco tempo, que ele valoriza menos do que outrora. Faz parte. A noite histórica de Allianz Parque certamente lembrou a todos nós o como é bom torcer pra esse elenco.
Aproveitemos. Fiquemos insuportáveis no trabalho, ostentemos nossas camisas. É dia de comprar jornal, ligar pros amigos rivais, pintar e bordar. O Palmeiras tem dado tanto ao palmeirense que ele precisa se permitir aproveitar. É um dos maiores momentos da história centenária da Sociedade Esportiva. Às vezes, só precisamos nos divertir um pouco mais. Ser palmeirense é bom pra caramba.
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