JG Falcade: 'Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer'

Rony,
Tem um pagode que eu idolatro desde muito moleque. É uma canção do Grupo Revelação, que muito foi associada ao futebol e que sempre serviu a mim como um hino, um incentivo, uma luz em dias ruins. Ainda assim, eu nunca trouxe essa canção para um texto, porque esperei por um momento que fosse digno o suficiente.

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Dedico, então, a você.
À sua convocação.

Não sou o maior entusiasta da Amarelinha, mas certamente um empolgado e resistente fã da sua história. Como já te falei ao vivo em outras oportunidades, te conheci sem gostar e gostei sem perceber. Sigo achando que você não tem o dom de outros tantos, mas talvez ninguém tenha tanta vontade de dar certo. E isso me comove.

“Quem cultiva a semente do amor
Segue em frente e não se apavora
Se na vida encontrar dissabor
Vai saber esperar a sua hora”

Te conheci quando meu time resolveu te procurar, e a primeira ideia que trocamos foi por telefone, quando você estava a caminho do aeroporto, rumo a São Paulo. Solicito, educado e gentil, mesmo no meio de um caos midiático, você me disse “quando assinar, te dou uma entrevista”. E deu algumas, importante lembrar. Depois de quase 30 jogos sem um gol, o primeiro foi com a cabeça, que te ajudou a não ceder.

Ninguém poderia prever tanto obstáculo. Rony foi chacota, foi vítima de uma enxurrada de xingamentos – meus, inclusive, e não parou. Não serve pra ponta, não serve pra 10, não serve pra ser centroavante, não faz gol em clássico, se enrola com a bola, JAMAIS vai acertar essa bicicleta. Imagine ser fã de bagre? Ele foi 7, foi 11, é 10, ganhou tudo, fez duas obras primas e cavou um lugar no coração ranzinza do palmeirense.