JG Falcade: O Palmeiras não tem mais rival

O Palmeiras simplesmente ganhou tudo, e os vizinhos, porra nenhuma. O motivo destas minhas linhas é tripudiar, ser desrespeitoso, afrontoso, irônico e sincero

Rival. Adversário e vizinho que incomoda, que causa transtorno e que, acima de tudo, não de todos, quem oferece riscos à nossa facilidade em conquistar. Aquele, que mora ao lado, para quem você tem medo de perder ou sempre olha como potencial ameaça. Misto de respeito e raiva, mescla de asco e desprezo. Ele sempre vai te incomodar, caso exista. Você, palmeirense, consegue enxergar alguém com essas qualidades neste momento da sua vida? Te respondo no final desse texto qual é a minha resposta à pergunta.

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Um convite: voltemos ao começo do ano. O Corinthians, o mais coirmão entre os vizinhos e aquele que não tem número onde mora, fazia uma empolgante gastança do dinheiro que nunca teve para equiparar seu nível com o do elenco bicampeão consecutivo da América. Àquela altura, eles chegavam ao quarto ano consecutivo comemorando público e renda, enquanto o time de vocês vencia a América de novo e de novo. Diferença grande, não? Eles, em Mirassol, vocês, em Dubai.

Meses mais tarde, vocês estavam começando a olhar com mais carinho pro Estadual depois de jogarem quase o torneio todo com suplentes. Esticando as pernas depois da longa viagem ao Oriente Médio, uma derrota forte na final do torneio, visto pelo rival do qual vocês tiraram sarro em 2015, 16, 17, 18, 19, 20 e 21, como a chance do ano de vencer algo além da fatura dos técnicos dispensados. No jogo decisivo, 4 a 0, humilhação, nocaute em meio tempo, e vocês riram deles pelo oitavo ano seguido. Não dá pra chamar de rival.

Dedico um parágrafo a mais ao time que desconhece Copas do Brasil para falar justamente sobre esse torneio. Na edição de 2022, avançaram às semifinais, fase na qual obviamente foram eliminados, como acontece em todos anos, religiosamente, depois de precisarem da arbitragem para superar o Palmeiras, num imaginário infantilesco de revanche. Fizeram a final da Sul-Americana, a Série B dos torneios sul-americanos, e perderam pro time homônimo de um suco de caixinha que tomou 5 do Verdão. 4 num, 5 noutro. Nada tão segunda linha, né?

Só por força da necessidade regional, já que falta relevância que justifique a presença nesse texto frio, concentrado e analítico: vez de falar do lá da Vila. Simpático estádio, aliás, me lembra muito as maquetes dos anos 60 que criaram os Maias e Incas. Nada há para dizer sobre o ano deles. O último feito foi ser vice do Palmeiras na Libertadores, bem como havia sido na Copa do Brasil e no Brasileiro. Ah, e na Copinha também. Se tivessem escola de samba, certamente ficariam em segundo para completar todos os vice possíveis. Que fique registrada minha homenagem ao ex-rival da linda Santos.

Esqueci de mencionar o nobre campeonato de Passa ou Repassa, a presença nos prêmios de melhores do ano, as votações de popularidade, a vitória, livro mais vendido, do Portuga Parmera, a Copa São Paulo, os 43 torneios de 72 categorias de base, as vitórias no tênis de mesa, no hipismo, os atletas olímpicos, o Nosso Palestra com 100 mil inscritos no YouTube, o verde na escala Pantone de cores relevantes. O Palmeiras simplesmente ganhou tudo, e os vizinhos, porra nenhuma. O motivo destas minhas linhas é tripudiar, ser desrespeitoso, afrontoso, irônico e sincero. E lembra da minha pergunta? A resposta é: não tem mais rival. Eles tão longe.

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