João Sundfeld: ‘Abel Ferreira, o último romântico’

O romantismo me fascina. Sem dúvida, meu gênero literário favorito. Adorei Iracema do início ao fim. Me diverti com Amor de Perdição e, mesmo odiando o final, li Frei Luís de Sousa duas vezes. 

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Mais que a literatura, a realidade romântica me atrai. Sentir e sentir. Nunca soube fazer, muito menos escrever. Aprendo todos os dias com um grande amigo e melhor escritor. Ainda assim, não sou capaz de sentir mais que tudo. 

Mas há quem consiga. Um que sente com alma e coração. Que torce e pira dentro de campo. Sente até demais, como prega a literatura. 

Chegou falando: “Verde e branco até a morte”. Romantismo personificado. A sensação acima de tudo. Celebração irracional na vitória. Sofrimento sem igual na derrota.

Grita, esperneia, briga. Cartão atrás de cartão. Penitência por sentir demais. Exalar a irracionalidade das emoções. O sofrimento acima do que deveria, assim como o amor estratosférico pelas cores que carrega no peito há apenas alguns meses.

Personificou o torcedor. O de verdade. Aquele que quer ver o time bem, que entende a realidade. Defendeu o clube, defendeu a pele e defendeu a todos. Batendo de frente com arbitragem, irritação com as federações, até cobrando a diretoria. 

Se irrita e sente. Ama e odeia. Sangue quente e puro. A literatura na realidade. Não para de mostrar sentimento, a paixão pelo futebol, pelo Palmeiras, frase do Joelmir e declarações de guerra. 

Definitivamente, Abel Ferreira é o último romântico. 

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