João Sundfeld: ‘Roteiro de sempre – Palmeiras 1×1 Flamengo’

O time passa perto uma vez, duas. Não desanima. Até que, num chute, empata. Gol. Veiga comemora, aparece pra foto e vai pra torcida

Allianz Parque, ou outro estádio qualquer.

Palmeiras inicia mal o jogo. Veiga sumido, Scarpa tendo de chamar a responsabilidade. Abel grita:

— Veiga! Veiga! Movimenta mais. Você precisa cair pelo meio, aparecer para finalizar. Scarpa, vem pela direita. Quando receber, Marcos Rocha ultrapassa. Você pode passar ou cruzar, como preferir.

Time responde, mas não corresponde. Sofre pelo lado direito. Cria pouco. Danilo bem, sempre. Zé sólido. Ataque inexiste. Dudu tenta, falha. Rony perde.

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Enquanto isso, a defesa vai bem. Deixa poucos espaços. Até que, em vacilo momentâneo, gol adversário. Nesse momento, torcida canta:

— Vamos ganhar, Porco!

Seguido de:

— Palmeiras é o time da virada! Palmeiras é o time do amor!

Situação não muda, time corresponde pouco. Árbitro apita, fim do primeiro tempo.

Em casa, torcida enlouquecida.

— Como pode uma coisa dessa? – diz um.

— Esse time quer ser campeão? Com esse futebol? Não temos elenco! – responde outro.

— Vai colocar quem? Só tem bagre! — vem um terceiro.

— Não aguento mais. Não dá — termina o vendedor de amendoim.

Times retornam. Abel não mexe, mas fala:

— Veiga, inverte com Scarpa. Dudu, faz a dobra com ele. Vocês vão confundir a marcação e sempre um ficará livre.

Dito e feito. Palmeiras melhor. Cria chances, domina. Corre mais, chuta mais, marca mais.

O time passa perto uma vez, duas. Não desanima. Até que, num chute, empata. Gol. Veiga comemora, aparece pra foto e vai pra torcida.

Outro time muda. Ataca mais, quer vencer. Abel coordena.

— Fiquem espertos. Rony, contra-ataque. Marca em bloco baixo e sai em velocidade, como em 2020.

Time mantém a solidez. Mudanças facilitam. Adversário pressiona, mas não assusta. Ou assusta pouco. Com qualquer jogador que seja, não encontra chances.

Com o relógio passando do tempo, Palmeiras volta a assustar nas bolas paradas. Assusta e fica no quase. O suficiente.

Árbitro apita.

Placar marca: vitória. De um ou três pontos.

Em casa, a torcida:

— Jogo difícil se vence sem perder, diz um.

— Melhor do Brasil! – responde outro.

— Não tem pra ninguém. Tanto faz o adversário, quem sofre é você – vem um terceiro.

Vendedor de amendoim já foi embora.

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