João Sundfeld: Verdadeira calmaria seria ver que quem comanda também torce
Dinheiro nenhum compra amor. É um sentimento irracional – como todos -, imaterial. Surge e cresce a cada dia. Causa dor, euforia, revolta. Nos faz imaginar coisas inimagináveis. E existe desde sempre.
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Não existe o dia em que virei palmeirense. Afinal, não virei. Sou, fui, sempre serei. Do útero ao berço e aos computadores nos quais escrevo opiniões boas e ruins sobre o time que amo.
Nem todos entendem. E nem todos precisam. Não peço a compreensão total de algo que não faz sentido nem para mim. Por que eu grito de madrugada quando alguém erra um chute? Para muitos, pouco importa. E isso pouco me incomoda.
Mas a falta de carinho existente causa uma revolta maior que qualquer eliminação poderia. Saber que quem senta na ponta da mesa deita no travesseiro com a cabeça tranquila e o bolso cheio todas as noites enquanto o time tanto sofre ao longo do ano é algo que não consigo ignorar. E nem deveria.
É inimaginável pensar que há anos a chegada de um volante é necessária, ainda mais depois que vendemos o melhor do país – vendemos sendo uma figura de linguagem, puro eufemismo.
Mesmo assim, a incompetência de poucos penalizou muitos. Milhões, inclusive. E, enquanto estávamos apreensivos com uma janela que se aproximava do fim, víamos fotos da responsável com Vini Jr. e Militão nos Estados Unidos.
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Essa postura custou uma eliminação na Copa do Brasil e mais de uma dezena de pontos a menos no Brasileirão. Noites mal dormidas – não para todos, claro – e um sentimento ruim no peito.
Quando o time caiu, em 2022, na Libertadores, fomos obrigados a ver os patrocínios na camisa estampados e o escudo escondido. Uma mensagem de “tentamos”, quando na verdade a final nos foi tirada por erros individuais de atletas e árbitros.
Em 23, estamos nas quartas na última competição que nos resta. A pré-temporada fez parecer fácil. Quando chegou a hora do “vamo vê”, um sofrimento totalmente evitável.
Mesmo assim, vemos deboche de quem é culpado pelos problemas atuais. Mensagens de quem não entende o que é torcer, não entende qual seu dever e não entende o que é ser Palmeiras, ainda mais em uma noite que deveria do time e da torcida.
De postagens desnecessárias e discursos vazios, a calma cessa com quem se vangloria de glórias obtidas por terceiros.
Afinal, se não fosse Abel, não haveria nada.