Julia Mazarin: ‘Até quando futebol vai ser sinônimo de guerra?’

Gabriela Anelli, 23 anos, palmeirense, faleceu após ser atingida no pescoço por uma garrafa de vidro arremessada por um flamenguista antes de um jogo

O futebol que aprendemos a amar não é mais o mesmo e isso não pode ser considerado normal. Uma vida de 23 anos foi tirada por uma garrafa de vidro que se tornou arma nas mãos de quem passa longe de ser torcedor. Até quando o esporte vai continuar nos dando medo ao invés de seguir nos apaixonando?

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Infelizmente nos acostumamos com incontáveis cenas de guerra que passaram a pautar o futebol brasileiro. Nos acostumamos com a barbárie. A impunidade, o esquecimento e as rodadas que seguem acontecendo fazem com que todos acabem normalizando ir assistir ao time do coração podendo não voltar mais.

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Falta segurança e falta humanidade. Enquanto as devidas providências não forem tomadas, seguiremos noticiando e vivenciando tragédias. Seguiremos vendo famílias chorando por entes queridos que só queriam frequentar um ambiente que deveria ser de paz, de abrigo, de refúgio.

Até quando o futebol vai aparecer em páginas policiais? Até quando a violência vai caber na mesma sentença? Até quando perderemos enquanto torcedores, sociedade e seres humanos? Quantas lágrimas ainda precisarão ser derrubadas por mães que nunca mais poderão abraçar seus filhos no calor de uma vitória nos acréscimos do segundo tempo? Até quando?

Milhares de vidas estarem sendo tiradas, dia após dia, por conta de camisas diferentes é injustificável. Por conta de bandidos travestidos de “paixão”. O futebol não é escudo ou desculpa para o ódio sentido por muitos, ou pelo menos não deveria ser. Não é justo. Não é certo. Gostar de um esporte que pode tirar sua própria vida é incabível.

Vale a pena tudo isso? Talvez não. Aliás, cada dia vale menos. É cansativo, é triste. Hoje foi a mãe da Gabi que chorou por uma perda imensurável, que não tem nome. Amanhã pode ser a de qualquer um de nós. Todos precisam seguir, mas que sigam revendo pensamentos, implorando por segurança e cultivando a empatia.

Gabi sempre será cada torcedor que ama e vive pelo time de coração, Gabi sempre será todos nós na fila de um estádio esperando para comemorar, Gabi sempre será Palmeiras. Que isso jamais seja esquecido.