Mauro Beting: ‘Estamos matando o futebol’

Não são poucos querendo que o pau quebre mesmo. Até para fechar as arquibancadas para visitantes. Arrancando as catracas da civilidade no estádio.

Alguma coisa em comum têm as duas torcidas profissionais que saíram na mão no Alto da Glória, em Curitiba, no domingo. As versões para a briga feia fora do Couto Pereira são semelhantes. Mais uma vez, pelos relatos, e pelas versões verossímeis não contestadas pelo policiamento paranaense, a falta de inteligência, organização e competência do despudor público ajudou a criar mais uma batalha campal e extracampo.

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O que nunca vai eximir os que mais brigam contra os rivais e mais torcem pelas próprias torcidas do que pelos clubes. Mas provavelmente prova, mais uma vez, a incapacidade do poder público de minimamente organizar um evento como esse. Criando outra batalha deplorável. Onde a maior vítima é a maioria torcedora.

Parece ter sido uma ação tão primária que leva a crer que seria uma jogada ensaiada para institucionalizar a intolerância da torcida única. Tão profunda e perfeita como o pensamento zerário.

O que aconteceu na briga entre organizados do Coritiba e do Palmeiras é mais um incidente lamentável onde são poucos os mocinhos. Não poucos os bandidos. Muitos coniventes. Quase todos incapazes de propor ou realizar soluções.

E o pior: não são poucos querendo que o pau quebre mesmo. Até para fechar as arquibancadas para visitantes. Arrancando as catracas da civilidade no estádio.

Estamos matando não só gente com a violência no futebol. Estamos deixando morrer o próprio futebol.

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