Mauro Beting: Gol espírito de porco – Inter 1 x 2 Palmeiras

Até a bola descer dentro da meta colorada, naquela ilusão de ótica que virou um dos mais absurdos gols que já vi

Quando Oséas chutou sem ângulo – e parecia que sem noção – o gol da primeira Copa do Brasil contra o Cruzeiro, quase todo palmeirense o xingou antes de celebrar com ele, no Morumbi, a conquista de 1998.

Quando no fim do clássico no Beira-Rio no BR-21 o também baiano Danilo chutou com os dois pés o gol que parecia absurdamente perdido na vibrante vitória com um a menos, até o igualmente ótimo volante achou que tinha perdido o gol mais feito na carreira.

Até a bola descer dentro da meta colorada, naquela ilusão de ótica que virou um dos mais absurdos gols que já vi. E, certamente, em transmissão, a reação mais inusitada que tive na Jovem Pan, na narração do Gabriel Dias.

Naquela ilusão no sentido de sonho.

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Vão dizer que é um gol espírita. Eu diria que foi um gol com espírito de porco.

O que foi buscar a vitória contra o Bahia na última bola, no domingo. O que virou contra o América, na última bola no domingo anterior. O que está fazendo o Abel virar cada vez mais palmeirense na celebração em uma mais um final tão dramático que até parece Palmeiras. E é tudo Verdão de tão verdade.

E o palmeirense, se é possível, fica cada vez crente no inacreditável que cai do céu. Como aquela bola de Betinho em 2012. Como a do Breno Lopes em 2020-21. Como essa do Danilo que também caiu de cima.

Grande vitória contra o mais complicado rival palmeirense em clássicos no Brasileirão. No Beira-Rio de apenas duas vitórias desde 1997. Contra o Inter que não vem bem. Levou aos 9 o gol de Deyverson, desviando pancada de Veiga. Empatou em pênalti discutível de Kuscevic (que eu também marcaria e também expulsaria) logo depois de gol perdido por Veiga, aos 17 da segunda etapa.

Quando o Palmeiras estava muito recuado. Também por mais uma estranha mexida de Abel. Sacou Breno Lopes e colocou Victor Luís na linha de três do 4-2-3-1. Com Willian e Wesley disponíveis…

Mas o time se virou mesmo assim. Era lá e cá até o gol a menos de 2 minutos do final do tempo regulamentar. Quando não parecia que daria certo. E parecia que teríamos um lance pra imprecar até alguém lá de cima botar aquele gol perdido como o mais achado da história.

No fim do campeonato a gente fará as contas e o balanço. Mas o crédito que ganhamos junto com a vitória agora não me permite racionalizar.

Foi lance pra Gol Rosemiro. O mais feio mais lindo que já vi. Como disse Leggiomati no meu Instagram: “Danilo: zero chutes certos, um gol marcado”