Mauro Beting: O ser palmeirense

Você que está tendo gosto de torcer e de ver o melhor futebol palmeirense no século, tente ir ao Allianz Parque contra o Cerro como a gente ia ao Palestra ver times sofríveis que nos faziam sofrer na fila sem títulos. Ou times caídos que nos rebaixaram – ou quase caíram – neste século.

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Curta o momento. Não largue a equipe como se fossemos mais corneteiros do que palmeirenses (é quase tudo igual, você sabe, eu, não…). Não faça como em 1972, quando ganhamos os cinco torneios que disputamos na gênese da Segunda Academia. Mesmo invictos campeões paulistas, perdendo apenas cinco jogos em toda a temporada (e enfrentando Peñarol, Boca, Milan, seleções nacionais…), largamos o time de Brandão quando as chances de classificação para a semifinal do BR-72 eram de fato reduzidas: o Palmeiras teria que ganhar do Coritiba no Palestra (como vencemos por 3 a 0), e o São Paulo teria que perder para o América no Maracanã (como perdeu por 1 a 0). Deu tudo certo. Para a alegria de não mais de 8 mil palmeirenses que acreditaram na Academia. Eles que não estavam crendo em Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo, Zeca, Dudu, Ademir da Guia, Edu, Madurga, Leivinha e Nei…

Quando conquistamos a América pela primeira vez, em 1999 (enfrentando pauleiras desde a primeira fase como raras vezes um campeão precisou superar), não mais que 8 mil presentes no Palestra contra o Olimpia, na fase inicial. Também não estávamos dando tanta bola ao campeão da Conmebol e da Copa do Brasil de 1998. Não estávamos crendo em Marcos, Arce, Júnior Baiano, Cléber, Júnior, César Sampaio, Rogério, Zinho, Alex, Paulo Nunes e Oséas, armados até a alma por Felipão.

Somos assim. Sempre assim. Mas precisamos neste momento repetir o que fizemos a cada gol do (outro) time de Fipão, no sábado. Devemos aplaudir a nossa equipe de Abel como fizemos depois de perder uma penca de gols – mesmo sem jogar bem – contra o vice-líder do BR-22.

Não é passar pano como se “filosofa” hoje. Não é “mimimi” como esperneia como teletubbie todo mimizento que (não) se importa com os sentimentos alheios. É apenas reconhecer o esforço e o talento de outro grupo histórico. E, ao mesmo tempo, se for o caso, descer do pódio e do patamar e do salto para entender que não existe time imbatível. Mesmo esse Palmeiras que conseguiu ultrapassar limitações e se superar tantas vezes pelo trabalho de Abel e de seus cabeças frias, corações quentes, e pés nem sempre quentes ou gelados.

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