Mauro Beting: Sempre criticamos – Palmeiras 3 x 2 Santos
Confira a coluna de Mauro Beting para o NP sobre a vitória do Palmeiras diante do Santos: Sempre criticamos.
Eu (comentando na transmissão da TNT Sports); PVC (no Premiere); você palmeirense cornetando em qualquer lugar aos 30min30s do segundo tempo: quando Lucas Esteves pisou no gramado do Allianz Parque no ótimo clássico que estava empatado por 2 a 2 (o que era péssimo para os dois finalistas da Libertadores há apenas 96 dias), provavelmente pensou do mesmo jeito… Lucas Esteves é o mais versátil palmeirense com Abel. Jogou na dele como lateral-esquerdo. Quebrou galho e a bola como ponta, como meia, como volante e como ala pela esquerda. E entrou para atuar aberto como ponta agora pela direita.
Versátil. Disposto. Atuando em todas. Mas jogando pouco (e ao mesmo muito tempo) em todas elas.
Talvez não tenha dado tempo para cornetar o voluntarioso e jovem atleta e o não menos jovem e feliz treinador: 112 segundos depois ele apareceu livre na pequena área, na ponta direita, para aproveitar outro erro de Rafael Elias e outro acerto (ofensivo) no cruzamento de Viña, depois de belo lançamento de Zé Rafael. O gol da vitória palmeirense. Outra dolorida derrota para o Santos. Outra que veio da solução de banco que quase ninguém pensou, e quase todos desaprovaram quando subiu a placa: Breno Lopes no Maracanã, Lucas Esteves no SP-21.
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A hashtag #NuncaCritiquei subiu nas redes mais do que Breno Lopes contra Pará para meter na rede a Glória Eterna da Libertadores de 2020. Lucas Esteves só não calou mais bocas verdes por elas estarem abertas ou gargalhando pelo (mais um) inusitado do futebol e deste clássico. Como foi inesperado o jogo tão bom (embora este clássico costume ser historicamente ótimo). O Palmeiras esgarçado e com apenas Weverton e Viña dos titulares. O Santos ainda sem Sánchez e Sandry, mas com quase todos os atuais titulares possíveis. Criando mais chances (9 x 6), indo buscar o empate duas vezes. Mas falhando demais atrás, em três gols indefensáveis pelo espaço e facilidade dados aos palmeirenses.
Se os gols do Santos também nasceram de falhas do rival (Viña no bote do primeiro gol, e o pênalti infantil de Wesley, ainda mais em dias de VAR), os erros santistas podem ser ainda mais terríveis. A classificação para o mata-mata foi pro saco. E até risco de rebaixamento ainda corre se perder para o São Bento na última rodada. Deplorável lástima mesmo com a maratona e as perdas do elenco. No frigir das bolas: em três jogos dos 11 do SP-21, o Santos teve no máximo três desfalques, e em outras três partidas teve ao menos cinco titulares desde o apito inicial.
Correr esse risco não tem desculpa. Só a possibilidade de lutar para não cair é absurda. Bizarro como o regulamento do SP-21 que provavelmente punirá o Palmeiras que não se deve se classificar, mesmo com a quinta melhor campanha jogando direto, e no máximo com 4 titulares em um dos 11 jogos.
A única sorte santista neste momento é que se fosse Abel o seu treinador já teriam subido mais rápidas as hashtags #Vergonha #Vexame do que a #NuncaCritiquei no gol de Lucas Esteves.
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