Mauro Beting | We Are The Champions – Vasco 2 x 2 Palmeiras
Não deve ser fácil, garoto. Mas a emoção juvenil do seu pai só de te levar para o rock e para o bom caminho palmeirense já compensam as lágrimas
Luiz Felipe Rossini não conseguiu ver o nosso Palmeiras, pela enésima vez, ser (quase) o time da virada, no Maracanã, no 0 x 2 que virou empate contra o Vasco de Pedro Raul e Pec. Mas meu novo amigo sabe sem ter visto que nosso time seguiu sendo o do amor. O que não desiste mesmo levando dois belos gols nas únicas chances vascaínas na primeira etapa. Respondidas pelo gol de Navarro, também na segunda chance paulista.
No segundo tempo, o Vasco deu o campo, a bola e o empate com Artur de cabeça!). E quase entregou a vitória ao visitante pelo recuo excessivo. E pela qualidade maior do Palmeiras mexido por Abel.
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Empate que podia ter sido grande virada. Mas que não é ruim por ser no Maracanã. Contra o Vasco. Num calendário cheio.
Meu novo velho amigo não viu o clássico mais emocionante do que bem jogado por estar velando a mãe na mesma hora. AVC que a havia hospitalizado dias antes.
Quando a mãe partiu, na noite de sábado, Luiz Felipe estava com o filho Lucas, 12 anos, na casa da família, no Allianz Parque. Para ver mais um grande show que desde 2014 temos a honra. Desta vez não era do Palmeiras e seus monstros. Eram os do rock.
Kiss! Estreia do filho em shows.
Durante a apresentação do Scorpions, banda do hit do amor que não acaba, Luiz recebeu a notícia da mãe. “Eu tive que me mascarar como Paul Stanley para terminar a noite do meu filho. Não tive coragem de estragar o sonho dele de ver o Kiss. Só contei da avó chegando ao carro. Quando então desabei”.
Luiz, não tenho palavras. Ninguém as tem. Mas sei que a nonna do Lucas de algum modo queria que o neto guardasse a partida dela durante a emoção do primeiro show. Como se fosse a emoção do primeiro título que ele lembra. No mesmo palco. Na mesma pista. No mesmo Palestra que nos ensina, no Palmeiras que é nossa sina de querer um rock a noite toda.
Lucas, quando o Kiss tocou há 40 anos no Morumbi, no dia seguinte o Eneas empatou o Dérbi, no gol à frente do palco sendo desmontado. Então, a gente sofria com a fila que ainda duraria 10 anos. Não se imaginava se um dia o Kiss voltaria. Se um dia a gente voltaria a vencer.
Não deve ser fácil, garoto. Mas a emoção juvenil do seu pai só de te levar para o rock e para o bom caminho palmeirense já compensam as lágrimas.
A Nonna já está cuidando ainda mais de vocês. O show não pode parar.
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