Eu mudaria até o meu nome. Mudaria de cidade. Trocaria a minha história. Abandonava o meu emprego. Abdicaria de um grande amor. Superaria o apego ao dinheiro.
Assumiria o risco de ter nada, mas jamais seria capaz de mudar as cores do meu coração. Os versos pelos quais meu batimento acelera e deságua pela boca, pela lágrima. Pelo sentimento mais profundo e imutável que existe.
Fosse eu, o João. O Gabriel. O Mauro. O Joelmir. O Abel. Quem sabe eu fosse o Eduardo. E, de repente, o Ademir. O Maurício ou, quem sabe, o Paulo. O Vanderlei. O Felipe. Somos todos, todos, do Palmeiras. Pelo Palmeiras. Para o Palmeiras.
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Eu sou um escritor sobre Palmeiras. Um jornalista do Palmeiras. Um torcedor do Palmeiras. Amigo dos palmeirenses. Unido a eles pelo puro e simples amor às cores. Por um abraço cego com o gol. Com a festa e uma cerveja dividida para acalmar o desespero do pré. Pra jogá-la pelos ares no pós.
Família. A nossa.
Que se chamava Palestra e hoje se chama Palmeiras. Que era o Periquito e hoje é o Porco. Que foi Turiassú e hoje é Palestra. Que era Parque Antártica e hoje é Allianz Parque.
Nada mudou. Nada vai mudar. O nosso batimento se acelerará TODA vez. Naquele lugar, por aquele universo que reside carinhosamente na existência de cada um de nós. Que veio do papai, do avô, de quem mora por aqui ou dos que veêm o Parmera lá do céu.
Do Joelmir que se alegra com o menino De Paula e tira uma onda com o amigo Boechat. Do Avallone que certamente abriu o debate pós título dizendo com veemência que o PALESTRA É CAMPEÃO, EXCLAMAÇÃO!
Já são 107 vezes esperando a hora zero chegar para abrirmos o dia mundial, universal, galático, da nossa maloca querida. Da nossa raiva, do nosso amendoim, da nossa dor, da nossa paixão, da nossa razão, da loucura, da insanidade, do nosso amor.
Do Nosso Palmeiras. Nosso Palestra.
Com a humildade de quem sabe que nada é fácil nessa história e que, juntos, e apenas juntos, somos o maior campeão desse país, me permito dizer, em nosso nome.
Palmeiras, 107 anos do nosso maior amor.
Da nossa vida.
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