Nem aos olhos e nem às pranchetas: Bruno Henrique não agrada no Palmeiras
Pouco dinâmico, o ex-capitão sofre para recuperar bom futebol de 2018
Capitão do Deca e um dos maiores nomes da conquista do Brasileirão de 2018, Bruno Henrique tem feito um 2020 muito abaixo da crítica. A reta final de 2019 já não havia sido da forma que o torcedor se acostumou a ver o volante atuar, mas o novo ano e o time de Luxemburgo parecem ter se dissociado do alto nível de BH.
Titular por apenas 5 vezes durante suas 12 aparições no Paulistão vencido pelo Palmeiras, Bruno parece não se adaptar ao futebol dinâmico que propõe esse alviverde rejuvenescido com Patrick de Paula e Gabriel Menino. Acostumado ao futebol posicional de Felipão que pedia dele um dinamismo menor e Felipe Melo como retaguarda, o novo modelo parece incompatível ao seu estilo.
Em linhas gerais, parece que o futebol tem se alterado a cada dia em um sentido que se afasta do Bruno passador, de bola longa e arremate na segunda bola. Há um jogo mais ágil, de botes altos e recomposição acelerada em franco progresso por aqui e o ex-capitão parece funcionar em uma rotação mais lenta. O que o leva a atuações muito destoantes e inconsistentes.
Nos dados acima, a atuação de Bruno diante do Fluminense, pelo Brasileirão. Nota-se que as ações de chegada que deram notabilidade ao volante não estão presentes. Não há nenhuma tentativa de finalização. Não há nenhuma ação ofensiva concreta além das bolas longas. Defensivamente, não há nenhuma interceptação, ação eficaz de reação ao adversário. Bruno, como é visto nos dados, não gera dinâmica ao time.
Para aprimorar o espectro da análise, observa-se também o cômputo geral de BH no Paulistão 2020. Sem balançar a rede e com apenas uma assistência em 12 jogos disputados, Bruno tem um dado que salta aos olhos: a precisão do passe. A questão, no entanto, é que desse número, 86% foram de movimentos laterais, sem a bola que ‘quebra linhas’, a posse estéril que marca o Palmeiras.
Sem eficiência defensiva, Bruno tem tido problemas para preencher o setor de meio. Seus índices de interceptações e posses ganhas assustam. São ações quase inexistentes, se indexadas, no momento defensivo praticado pelo volante. Para um time que busca, acima de tudo, o jogo mais intenso e ágil, esse perfil de atleta não é produtivo.
É muito nítido que Bruno foi super fundamental para o Deca nacional do Palmeiras, mas seu futebol nos últimos meses não encaixa com a ideia que o alviverde tem e pretende colocar pra jogo. O torcedor tem motivos concretos para se incomodar. Sabe o que o jogador já protagonizou e não se basta com o que vê. Se quiser recuperar o prestígio, BH precisa recuperar seu futebol.