NP na Copa: Argentina e a sina de Montevidéu

A síndrome de Montevidéu deve viver como uma memória verde. Azul, não.

Existem mais torcedores dos rivais. Basicamente, os de azul preencheram uma ponta do estádio. DoS estádioS pelos quais a seleção deles passou. Em todos, eles pareciam ser 40 mil, mas eram, se muito, uns 5. Faziam mais barulho, mais incentivo, cantavam mais e melhor do que qualquer outro grupo de aficionados. Lembra uma tarde de sábado no Uruguai?

A Argentina tem o espírito de estádio em sua torcida. Mesmo nessa ocasião que tanto se parece com uma grande festa de formatura – aguardada por todos, muito celebrada, mas que não tem o amor honestíssimo do sofrimento e da glória com tem os momentos ordinários, tipo o nosso time do coração. Torcer pro país é muito legal, mas nosso time envolve nossa alma.

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Eles são os que mais conseguem impor à equipe nacional esse amor todo. O mesmo que encheu ruas para comemorar a operação bem sucedida de Maradona, um herói local e um controverso global. O mundo que olha Pelé como Deus e nós que olhamos pra ele como um ídolo, e nem pra todos. Há uma diferença substancial no prisma de sentimentos. Nenhum pior, nenhum melhor, mas diferentes. Nós, palmeirenses, somos mais corazón.

A gente tapa o som de um Centenário quase todo avermelhado, porque nossa fé é além da vitória. A gente ama porque amor é sofrer e nós estamos prontos para tudo isso. Na Libertadores, honramos o Uruguai, que também tem fanáticos que lutam com poucas armas e gritam além do que a voz deveria suportar. A terceirização do amor não cabe a eles, nem a nós. Talvez seja esse meu único ponto capaz de não torcer contra um argentino.

Messi também é um motivo. Admiro, mas que se dane.

O Brasil joga hoje para se aproximar ainda mais de uma possível semifinal lendária contra os caras. Nós, os brasileiros, tomaremos o estádio caso esse jogo aconteça. Somos a maioria, temos mais simpatizantes, mas teremos mais voz? Subestimaram o Maior do Brasil por estar em menor números e tiveram a dor que jamais se curará. Que a Canarinho, se tiver essa chance, vença em campo e resista na arquibancada. Eles sabem vencer jogos no gogó.

A síndrome de Montevidéu deve viver como uma memória verde. Azul, não.

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