O homem que tinha tudo
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Projota cantarolou sobre aquele que tinha artrose e artrite, mas que acordava cedo pra lutar. Sempre com sorriso no rosto. Ele tinha fé. Ser humano falho, mas que tentava. Projota, tal qual Josué, tornou-se história. História que premia poucos. História que escolhe aqueles para quem a vida resolver dar tudo. Pro homem que não tinha nada, o caminho pro tudo. Ele chegou sem glória. Atingiu o altar.
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Abel chegou sem taça, sem conquista, sem histórico. Sem estofo. Sem estoque de defesas. Sem estabelecer status. Ele só tinha fé e muito estudo. Foi Josué, trabalhador leal, dedicado e sem fim. Não importava o trajeto, tampouco a dificuldade, ele prefere prosperar pelo esforço pleno e incontestável. Abel tinha tudo para ser o homem que não tinha nada, mas ele forjou aquele que tem tudo. E pra ele, esse conceito é bem menos musical.
Abel é tão verdade que assusta. Simples até demais. Não guarda segredos, não tem mecanismos de fuga. É entrega pura. Não sabe jogar com os outros, ele joga pelos outros, pelos seus, pelos nossos sonhos, pela história. Abel é método, mas é percepção. Gere o ser humano, aquele que é falho, aquele que por nada ter é capaz de tirar tudo de outro. Liderança de sorriso ameno e fala complacente, sabe como ser tudo. Pra todos.
Abel, inclusive, é paciente com a fala soberba, a que desmontou a persona de Josué. A mente que compôs hit e que caiu pra própria narrativa. O treinador ouviu das canetas que não servia. Campeão, ouve que precisa dele, que pediu aquele, que não está feliz, que não está satisfeito. Imagine só ser tão Projota ao ponto de saber mais sobre alguém do que o dito cujo, em carne, isso é resignação? Haja saco. É preciso ter tudo. Até isso.
Não tinha nada, a carreira foi tudo, sobrou quase nada. O Portuga tinha nada, agora é campeão de tudo. Querido em tudo. Respeitado em tudo. Feliz por tudo. Até pelos que insistem em falar o que não sabem. Poucos seriam capazes de curar com paz e resultado tanta ilação e má vontade. Palestra até de graça, inclusive. Se o rapper fosse convocado a ilustrar o personagem desse texto, a música não seria ‘O homem que não tinha nada’.
‘Nós somos um só’
O lema do cara que tem tudo.
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