O mundo medieval
Feudalismo e superpoder do dinheiro se sobrepondo à honra
Hoje, a gente vai passear por conceitos históricos. Retroagindo por séculos, vamos até a Idade Média, que foi tida como uma época de risíveis, de miseráveis desenvolvimentos científico, tecnológico e artístico. Nada cresceu, nada evoluiu. O sistema se sustentou à fórceps. Prefácio para o Renascimento, que viria no século XVI, o mundo medieval recebeu o apelido jocoso de Idade das Trevas.
De forma geral, a Idade Média é lembrada com asco pelos historiadores. Os registros renascentistas apontam que o momento foi marcado por uma quebra nas tradições, uma desonra à cultura. Classificada como tenebrosa, essa fase será sempre uma face do que é feio, do que é indigesto e vergonhoso. Não à toa, o mundo renasceu logo após.
O valor à cultura é adaptável a qualquer ambiente. No futebol, a predominância ainda é a da vitória, mas há um certo renascentismo em progresso. Os finais parecem cada vez menos justificarem os meios. Os torcedores já não se cegam com resultados, eles vislumbram o futuro e como os métodos são capazes de conduzir sua equipe em direção às grandes jornadas.
O Palmeiras se medievou. Aceitou o caminho mais curto pra vencer o mais fácil dos duelos, ainda que com enorme valor emocional, mas seu aficcionado já não aceita o método. Ele é grato, mas esse feudalismo aborreceu a comunidade com um todo. Há um movimento universal, de olhos abertos ao futebol de ‘como’ e não do ‘o quê’, e o Palmeiras, ao menos na parte de quem o faz do lado de cá, quer ser parte disso.
Ainda que as trevas tenham sido apagadas e seus representantes carreguem o ‘cancelamento’, Vanderlei não será. A história o coloca entre os mais queridos. Ele é soldado. A ordem, o comando que desonra à tradição, que, bem como na Idade Média, não evolui e não produz, é quem merece o fim. Merece a deposição.
Chega de treva. Por hora, o soldado deve cair. Há muito o que se iluminar de forma imediata. Esse muro de lamentações é como ignorar o relógio. Perde-se tempo, perde-se vida. Esse, inclusive, pode até ser um começo de luz, mas o motivo real e concreto não pode ser esquecido. A conta tem de ser paga além do soldado. E todo mundo sabe por quem, como e quando.