Obrigado, Prass!

Poucos nos defenderam tão bem quanto Fernando Prass. Poucos chegaram em um momento no qual o Palmeiras não era o que sempre foi em 100 anos. Poucos participaram de uma das maiores viradas de página no centenário clube. Poucos ficaram marcados como ídolos! Prass se retira do cenário no qual deixou legado e está na história.

História que começou a ser escrita em dezembro de 2012, com o anúncio oficial. Um momento duro, na qual o clube amargava o segundo rebaixamento em dez anos e uma perspectiva nula de futuro promissor. Após 18 anos, o Palmeiras voltava a contratar um goleiro, que chegava a São Paulo com a dura missão de substituir um Santo. Nós não acreditávamos que algum mortal poderia suceder Marcos. Mas até nisso você foi capaz de nos surpreender.

34 anos. Experiente, passagens sólidas em Portugal e boas temporadas no Vasco. Escolhido a dedo por Cesar Sampaio, com aval e benção de São Marcos. Aceitou a proposta mesmo com o time rebaixado. Iria embarcar para o desconhecido. Mal sabia que seria recompensado mais tarde com idolatria, títulos e muito choro, de alegria e saudade.

Sai de cena aquele que foi o oitavo goleiro com mais partidas disputadas com o manto palestrino. Aquele que como poucos teve seu nome gritado no novo Palestra. Fundamental em títulos nacionais e nome de uma geração que cresceu sofrendo com péssimos resultados.

Nós confiávamos mais com você sob a meta. A torcida se sentia representada a cada grito, chute e defesa sua. O grito que combina com conquistas da trajetória impar dentro e fora das quatro linhas. O chute que estufou a rede do Santos. A defesa que parou Fred, a mão que espalmou Gustavo Henrique e mais 14 pênaltis.

E por falar em pênaltis, jamais esqueceremos daquela noite que você se tornou o primeiro goleiro a fazer um gol de título em nossa história. Gol que não foi só de conquista e decisão, mas sim de redenção, de resgatar para todos nós palmeirenses que de fato o Palmeiras é, e sempre será, campeão.

De frente para o gol, e não mais na sua posição frequente, o camisa 1 explodiu um chute forte, seco, no meio do gol, que balançou as redes e fez vibrar o recém inaugurado Allianz Parque. O Palmeiras era campeão da Copa do Brasil pela terceira vez!

Era a consolidação de um novo Palmeiras e da idolatria de Fernando Prass. Pois, se alguém carregou o piano em 2013 e evitou que o filme fosse repetido em 2014, esse alguém foi você. O mesmo que desentalou o grito de é campeão em 2015 e levou a torcida ao choro no memorável abraço com Jailson em 2016. Que mesmo no banco de reservas nas últimas temporadas, sempre esteve de corpo e alma presentes.

Os jogadores passam e o Palmeiras fica. No entanto, são atletas como Prass que possibilitam a história ser escrita e o nosso querido clube continuar. Você fica, Prass! Suas lutas e glorias estão eternizadas nas paredes do Allianz Parque.

Como torcedores, sempre iremos te defender, assim como fomos defendidos durante sete temporadas e 274 vezes. O Palmeiras e o principalmente o futebol perdem muito sem você.

Pendure as luvas ao lado de Oberdan, Seu Valdir, Leão e Marcos. Seu lugar é ali, na alta cúpula da Academia de Goleiros.

Obrigado, Prass!