Opinião | Abel ‘aproveita’ fase turbulenta para mobilizar grupo e provar que são capazes
Treinador mostra gana de superar críticas e convence jogadores a superar momento
Na última pergunta da coletiva de imprensa promovida por Abel Ferreira no pós vitória sobre o América-MG por 4 a 1, Abel Ferreira fez questão de apontar o quanto as críticas e dúvidas tem o movido a dar uma resposta forte. E isso não surpreende para quem viu em detalhes como foi o comportamento dele e do Palmeiras na tarde do último domingo, no Independência – que foi o meu caso.
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Rony recebe ótimo passe de Raphael Veiga e marca o quarto gol do Verdão contra o América-MG
Abel esteve frenético à beira do gramado desde o minuto um, muitas vezes acompanhado de João Martins e até de Marcos Rocha. Quando um cinegrafista se aproximou para registrar suas reações, o comandante pediu que não o fizesse. No gol sofrido, se resignou com a má sorte, mas o que realmente chamou a atenção foi que em campo, seu time buscou as raízes do trabalho.
Por raízes entenda o estilo de jogo que marcou aquele primeiro Palmeiras de Abel, que era muito aplicado, que defendia com todos e que atacava em enorme velocidade. Foram 15 minutos de alguma desordem nessa transição, mas o gol de Murilo acalmou os ânimos de um time levemente nervoso, que tinha noção da obrigação de vitória. No segundo, de Rony, o que se via em campo já era mais estável e efetivo.
Chama a atenção que o azar do desvio no gol americano tenha desestabilizado os comandados de Abel, que tiveram minutos de inconsistência – explicados pelo treinador como consequência de um momento de vários “azares” recentes e uma certa vulnerabilidade dos dias conturbados recentes. Mesmo assim, neste caso, o Palmeiras logo se reordenou a ser um time reativo que encontrou mais dois gols (golaços) por mérito desse modelo clássico do Ferreirismo no Palmeiras.
No fim do dia, o recado que fica, ao menos pra mim após ver e ouvir comissão e atletas, é um grupo que está mobilizado a entregar, mais uma vez. Depois de tantas dúvidas – pertinentes, esses caras querem mostrar que conseguem vencer, já que são, acima de tudo, vencedores por excelência. As poucas contratações não são culpa do corpo de trabalho, mas da direção, então é admirável – ainda que seja apenas a função deles – que todos estejam neste espírito.