Opinião | Abel é elogiado com justiça pelas vitórias, e merece contestação na derrota

Sou da opinião de que ninguém vence ou perde sozinho. Ainda assim, Abel é sempre o protagonista das conquistas, e acho que deve ser exatamente assim. Ele fez por merecer. A questão é que as derrotas carregam consigo um peso maior, e a tendência é eximi-lo de suas cargas – coisa que não podemos fazer neste caso.

Abel não mexeu bem na Supercopa Rei. Flaco saiu do jogo sem motivo aparente, já que fazia até lá uma boa jornada. A escolha pelo até então discreto John John, ainda mais como atacante, não tinha uma grande base para acontecer. O time, como era natural, não respondeu bem. Depois, Menino na ponta, e em 5 minutos, recuado à função de volante, num limpar de sujeira.

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Ele, ainda assim, não bate pênaltis, mas não é a resposta que se espera de um líder apontar que ‘não consigo ajudá-los a melhorarem nos pênaltis’. Consegue sim, treinadores carregam na liturgia do cargo essa atribuição, também – a de aprimorar seus atletas em todas as funções. Ele pode mais e tem que demonstrar essa gana.

Abel erra, no meu ponto de vista, ao segregar os nossos. O já batido discurso de que existem mais palmeirenses e menos palmeirenses. Não é assim. Por mais que ele ostente o posto de melhor da nossa rica história, ele não viveu a fila, não conheceu a Série B, e nós todos sim, cada qual com sua versão mais ou menos xarope. Essa atribuição não cabe a ele.

O Palmeiras é e sempre será maior que todos que aqui estamos, os que passaram e os que virão. Em dias de derrota, a gente aproxima, cuida, reúne. Dividir não é muito alinhado à nossa história. Abel tem tudo para entregar uma ótima temporada, e o elenco também. Confio em todos eles, mas críticas e dores ajudam a construir vitórias. Que assim seja.