Nos acostumamos com o Palmeiras sendo o bicho-papão amazônico temido por todos na Libertadores, mas a verdade é que ganhar em La Paz é uma façanha e tanto. É tão difícil que nos últimos 40 anos o único brasileiro a conseguir o feito foi o próprio Verdão. Na época, a operação de guerra montada por Luxemburgo e o Núcleo de Saúde e Performance do clube virou caso de estudo nos quatro cantos da América do Sul. Portanto, a derrota lá com um time totalmente reserva é o resultado normal e esperado.
Se o Palmeiras tivesse feito um jogo nota seis na ida com o Água Santa, o cenário seria outro. Não fez. Foi nota Dó. Ali foi o resultado digno de indignação da semana. Isso posto, uma escolha precisou ser feita. Priorizar a primeira rodada da fase de grupos da Libertadores em condições historicamente desfavoráveis ou priorizar uma final estadual em casa diante de um adversário sem divisão nacional babando para se tornar a maior zebra da história do Paulistão. E olha que o campeonato tem 121 anos.
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Quando coloco na balança os dois jogos da semana, concluo o mesmo que Abel. O jogo de domingo é um milhão de vezes maior que o de ontem. Uma derrota para o Bolívar na altitude não é nada perto do trauma de um possível vice para o Água Santa em casa. Sendo assim, também tomaria atitudes que me deixassem mais próximo do título do Paulistão. Pode ser que perca mesmo assim? Claro que pode. Também poderia ser que vencesse ambos os jogos. É o tal do futebol. Mas fazer o certo (quase) nunca é errado. O risco foi absolutamente calculado e um planejamento foi feito.
Só uma coisa me provaria que a estratégia utilizada foi errada: uma goleada histórica a ponto de abalar o emocional do time para a sequência da temporada. Poderia ter acontecido, mas não por conta da opção feita. O time fazia um jogo correto até a estúpida expulsão de Jailson. A culpa seria 90% dele e 10% do Abel, que insiste em colocar o volante em campo. Um dos meus clichês favoritos da bola é que o campo fala e, cedo ou tarde, todos somos obrigados a ouvi-lo. E o campo está rouco de tanto gritar que Jailson não tem a mínima condição de vestir a camisa do Palmeiras.
Dito tudo isso, tenho extrema dificuldade em entender por que a dupla pela direita foi formada por Garcia e Mayke enquanto Giovani nem sequer saiu do banco. Viajou a passeio mais uma vez. Está nítido que o nível da equipe cai muito mais do que deveria quando as principais estrelas são poupadas. Aos poucos, a maratona de jogos tende a provar que o elenco custa mais do que entrega. Mas isso é conversa para outro texto.
Os que precisam estar inteiros para deixar tudo em campo no domingo assim estão. É certo que o Allianz Parque viverá uma tarde de taça memorável. Acredito e espero que estejamos sorrindo no final com mais uma virada.
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