Opinião do Mauro Beting: Caim e Abel

Confira a coluna de Mauro Beting para o Nosso Palestra: Caim e Abel

Abel Ferreira merece ser criticado pela derrota diante do campeão e melhor time brasileiro desde 2019 (e que só não tem dois dos titulares daquele Flamengo fantástico de Jorge Jesus). Guardiola merece ser criticado pelas escolhas infelizes que também levaram à derrota na Champions. Eu mereço ser criticado por estar escrevendo menos do que eu deveria. Você merece ser criticado por estar se exercitando menos. Governadores e prefeitos que mal versaram recursos no combate à pandemia merecem o presidente que elegemos.

Todos merecem e precisam ser avaliados o tempo todo. Mas ninguém merece ser detonado e muitas vezes perseguido mesmo como o treinador do Palmeiras.

Não falo pela torcida, que não é e não deve ser única. Una. Uniforme. Cabrestada. Ainda mais tão cabreira como ê.

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Mas por porte da imprensa que parte pro pau ou pra edição ensaiada de tudo que fala o treinador português. Ele também extrapola e generaliza com ela do jeito que exagera nas reclamações com a arbitragem. Mesmo quando tem razão, Abel a perde por extrapolar na emoção. Na beira do campo, perdendo a estribeira na entrevista.

O que ele disse antes do clássico no Rio sobre a saudade da família é saudável. Em qualquer campo. Talvez não fosse o momento. O local. Mas pra quem está servindo muito bem como ele está, e para quem é família comandando outra muito sanguínea e briguenta como ele, a reação dele é tão natural quanto a reação contrária a tudo que faz e fala.

Abel merece críticas quanto ao jogo por vezes apenas reativo, pelo posicionamento muito atrás, pela pouca chegada de gente à área rival, algumas das escalações iniciais, outras escolhas durante o jogo, a escola de jogo que professa. Muitos dos questionamentos são válidos.

Mas quando se reclama dele do jeito que ele reclama com os árbitros, as várias partes erram. Tão feio quanto os que não entendem que saudade da família é tão futebol quanto o nosso time.

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