Opinião: Entrevista de Abel implode narrativa que sustenta(va) atuação do Palmeiras no mercado
Pode não parecer, mas a coletiva do português é uma mudança brutal de panorama
Talvez Abel tenha mudado de opinião, mas certamente mudou de posicionamento. Em on e em off, o que deixava chegar à imprensa e ao torcedor era que não queria reforços, não queria jogadores que “chegassem pra jogar” e que poderiam “mexer no ambiente”. Agora, sob alguma pressão, o treinador implodiu toda narrativa construída. E isso muda completamente o futuro do Palmeiras.
Se ainda existia alguma resistência pública à crítica contra a postura do Verdão no mercado, essa era representada por Abel. Suas vitórias, sua relevância e o afeto do torcedor para com ele são tão fortes que sua antiga postura resguardava o incômodo. Ninguém, ou quase, estava satisfeito com o clube que gastou zero reais, mas “Abel prefere, então tudo bem”.
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Pode não parecer, mas a coletiva do português é uma mudança brutal de panorama. O muro está mais baixo do que nunca para que Leila e Barros sejam alvos. Antes escudo, o comandante agora é frente de contestação, é palavra de ordem e protesto – seguido horas depois por torcedores que foram à sede social do clube e picharam muros com críticas à presidente, à direção de futebol e ao planejamento que parece engatinhar, mesmo quase já em fevereiro.
Eu, que escrevo esse texto, demorei a ser voz crítica. Tentei acreditar que o elenco tinha como reagir em bom nível, mas Danilo sair e nada acontecer é sintoma dessa doença chamada comodismo? incompetência? confiança em um projeto muito peculiar? A interpretação é de cada um de nós, mas ver que o treinador está tão sedento quanto nós por peças de qualidade, por novos e bons nomes me trouxe segurança que não era amendoim demais, esse meu pensamento.
Muros pichados, treinador insatisfeito, torcida irritadíssima e uma presidente em rota de colisão com sua base de apoio. Diretor de futebol sem qualquer tipo de aprovação pública. Uma semana pra Supercopa, em Brasília, contra um adversário forte. Sem reforços, com meio bilhão arrecadados em vendas – só em duas peças. Que Palmeiras é esse? Que crise é essa? Talvez seja, no fim do dia, um despertar tardio para uma narrativa de areia.
O mundo caiu no colo de Leila. A ver o que ela fará com isso.
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