Opinião: ‘Lucas Andrade é principal responsável por vexame do Palmeiras na Copinha’

Favorito ao título no papel, Verdão entrou em campo exposto no meio-campo e com acúmulo de ataques perdidos

A eliminação precoce do Palmeiras na Copa São Paulo de Futebol Júnior, em derrota por 1 a 0 sobre o Aster-SP na última segunda-feira (15), em jogo válido pela terceira fase da competição, foi, sem dúvidas, um dos maiores vexames da história do clube na categoria e despertou descontentamento entre os torcedores. A responsabilidade recai, em grande parte, sobre o treinador da equipe, Lucas Andrade, que viu minar o alicerce do trabalho de Paulo Victor Gomes: o equilíbrio.

O Palmeiras era, no papel, o principal favorito para conquistar a competição e buscava recordes nesta edição do torneio. Com a vitória sobre o União ABC-MS na segunda rodada, passou a ser o clube com mais vitórias em sequência na Copinha, com 17 – o número chegou a 19. Com 22 partidas de invencibilidade, viva a terceira maior sequêcia sem derrotas da história, atras apenas de duas marcas do Corinthians.

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Taticamente falando, o time apresentou falhas evidentes durante a partida contra o Aster, evidenciando uma escolha equivocada na escalação. Ao optar por um esquema que incluía um volante e cinco atacantes, o treinador deixou o meio-campo completamente exposto e favorável ao adversário. O placar de 1 a 0 ainda ficou barato no final e poderia ser maior se não fosse duas grandes defesas de Aranha.

É bem verdade que Kauan Santos, com três grandes chances perdidas, Riquelme, que desperdiçou sem goleiro na pequena área, e Luighi, pior em campo na visão do colunista que escreve esse texto, não viveram dias inspirados. Além disso, o goleiro Vinicyus Chacon operou ao menos quatro milagres e viveu dia de São Marcos em Barueri. Apesar de todos os fatores, o principal responsável ainda é o treinador.

A decisão de apenas Patrick ocupar o meio-campo se revelou desastrosa, uma vez que o volante em campo ficou sobrecarregado, incapaz de conter as investidas do adversário, enquanto os cinco atacantes, em vez de se complementarem, ocuparam os mesmos espaços em campo, resultando em um descompasso ofensivo. Ninguém criava, ninguém fazia a transição e ninguém, além de Patrick, marcava.

A opção por um esquema mais defensivo poderia ter proporcionado maior segurança ao time, permitindo uma transição mais eficiente entre defesa e ataque. Entre os inscritos, Léo, que entrou no segundo tempo, Vitor André, Rafael Coutinho, Wendell e Felipe Goto poderiam fazer dupla com Patrick. A presença de um volante adicional não apenas teria contribuído para a proteção da zaga, mas também oferecido suporte aos setores ofensivos, otimizando as chances de criação e conclusão de jogadas.

A passagem de Lucas Andrade no Palmeiras ainda não parece ter construído um alicerce, uma identidade. Apesar do retrospecto de 30 partidas, com 21 vitórias, sete empates e duas derrota, o Verdão pouco empolgou. Eliminação precoce na primeira fase da CONMEBOL Libertadores, precoce na Copinha, e derrota para o Flamengo na final do Campeonato Brasileiro Sub-20. Em pontos positivos foi campeão do Paulistão Sub-20 de 2023, superando o São Paulo na final – apesar do futebol sem empolgar apresentado.

Por ora, segundo apuração do NOSSO PALESTRA, Lucas está mantido no comando do time. Com a categoria de férias até março, a situação pode mudar e nada está definido.