Opinião

Opinião: 'No mercado palmeirense, a bola é sempre quadrada'

O Palmeiras não sabe vender sua imagem. É uma Ferrari que se anuncia na internet como Fiat Uno

O diretor de futebol Anderson Barros e o técnico Abel Ferreira (D), da SE Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol. (Foto: Cesar Greco)
O diretor de futebol Anderson Barros e o técnico Abel Ferreira (D), da SE Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol. (Foto: Cesar Greco)

O Palmeiras anunciou, na última segunda-feira (13), mais um não reforço para a temporada. Alvo do clube, Roberto Pereyra retornou à Udinese depois de ameaçado por uma proposta do Verdão enquanto estava sem contrato.

É fato que o argentino parecia indisposto em sair da Europa, almejava até voos maiores no continente. Mas o interesse do Palmeiras foi crucial para decisão. Como em outros vários casos, o clube funcionou como divisor de águas para não vir ao Brasil.

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Não por falta de tamanho, mas por se comportar como se muito menor fosse. O recente bicampeão do continente, atual campeão do país e campeão consecutivo do estado esconde o slogan Maior Campeão Nacional sempre que sai de casa.

O Palmeiras não sabe vender sua imagem. É uma Ferrari que se anuncia na internet como Fiat Uno. Sempre virtual, porque raríssimas são as vezes em que o funcionário responsável pela negociação dirige-se ao local da negociação. Estaremos de coração!

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Veja lances de Roberto Pereyra na temporada 2022-2023

Não apenas distante fisicamente, o clube distancia-se também da realidade em repetir que isso faz parte do planejamento. Parece fazer pouco sentido planejar-se para ser cada vez menos competitivo. Não fosse a competência do treinador, as demais incompetências estariam escancaradas.

O aperfeiçoamento da diretoria alviverde na técnica da quase-contratação expõe que o clube está ciente, sim, da necessidade de reforços. Melhor seria nem tentar e manter a coerência com o discurso. O Verdão está sempre atento ao mercado para perder o maior número de oportunidades possíveis.

Rico mais pobre do país, o Palmeiras prova que nem só falta de dinheiro atrapalha os negócios. A inabilidade em buscar alternativas também é qualidade a ser destacada. Um clube alérgico ao plano B fica perdido sempre que não consegue pôr em prática o plano A – o que costuma acontecer.

É, também, sobre falta de criatividade. Não que o mercado da bola seja Football Manager, mas em certo sentido não deixa de ser. Há clubes que, com tão menos, se propõe a fazer tanto mais. E se fosse por cautela, o jogador mais caro da história do clube não seria uma aposta. Tal qual Flaco, a diretoria erra com muita frieza.

O argentino, utilizado neste trecho meramente por efeito de ironia, ao menos comporta-se diferente no que diz respeito a se propor a tentar. Ele procura sempre estar bem posicionado para participar do ataque, enquanto o clube parece evitar a todo custo disputar uma jogada.

Antes, o Palmeiras agia com atraso. Hoje, parece nem mais agir. Depois de não repor a saída de Danilo, agora tampouco terá reposição para Dudu. Afinal, para que se planejar com antecedência, se você pode (deixar de) fazer de última hora?

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