Opinião: ‘Palmeiras de muito Caim e pouco Abel’

Verdão precisa voltar para os eixos para ter um 2024 melhor que reta final de 2023, quando histórias se cruzaram de forma negativa

Toda história que se preze conta com momentos bons e ruins. Um verdadeiro autor sabe como desenvolver situações e relações entre personagens, indo do puro êxtase até a angústia difícil de ser sanada. O Palmeiras é um pergaminho que se descobre como morada de inúmeros caricatos que podem ser denominados de Caim, mas de um só Abel.

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Desde os primórdios da humanidade, ninguém conseguiu a façanha de ser completamente perfeito. Abel nunca fez questão de tentar. Sempre foi real, nunca se escondeu atrás de mentiras. Sempre se entregou de corpo e alma, mesmo que o corpo às vezes ficasse inquieto e a alma repleta de insatisfações.

Sempre ofereceu que tinha de melhor, com o coração voltado ao Palmeiras, colocando este nome em primeiro lugar. Cometeu erros, insistiu em teimosias, mas como já foi dito: nunca fez questão de ser algo impossível. Sempre foi Palmeiras.

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Caim, por outro lado, se acostumou a oferecer somente aquilo que lhe restava. Passou a ter atitudes voltadas contra o que seria o bem maior para todos. Vestir, de fato, o manto, virou uma formalidade, um ato sem importância. 

Em um momento conturbado, resolveu amarrar uma pedra chamada “culpa” nos pés do “irmão” e o jogou aos leões. Fez com que ele assumisse toda a responsabilidade por algo que só possui uma parcela. Fez com que Palmeiras fosse tomado por uma ira e descontasse em quem menos deveria.

Abel tem o sentimento palmeirense, Caim tem a malícia. Abel vive pelo ideal de todos, Caim pensa em si. Abel tem o coração voltado ao Palmeiras, Caim se voltou contra. É preciso que haja uma reconstrução dessa história que, até então, não aparenta ter um final mais feliz do que o começo.