Opinião: ‘O que eu gostaria de perguntar para Abel Ferreira após a eliminação na Libertadores’

É necessário ser muito bom para acertar e melhor ainda para admitir e seus erros em tempo de consertá-los

Com a traumática eliminação do Palmeiras nos pênaltis para o Boca Juniors na semifinal da Libertadores em pleno Allianz Parque, muitas perguntas ficaram sem resposta. Algumas até foram feitas para Abel Ferreira, que se recusou a responder. Talvez porque realmente não exista explicação. Antes de mais nada, importante deixar claro que não desejo sua saída. Vamos aos questionamentos:

Por que a irredutível insistência na escalação com Marcos Rocha na lateral e Mayke mais avançado? A ideia inicial era compreensível, mas estava muito claro que não havia dado certo com apenas um gol em seis jogos. E ‘tudo bem’, os testes serviam justamente para isso. Agora, existe alguma explicação para que Endrick tenha sido escanteado do time titular no último semestre? É como se o treinador se recusasse a ver o que estava diante de seus olhos em nome de suas convicções.

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Por que quando o caldo engrossou, no maior jogo da temporada, Breno Lopes ficou sentado no banco? Logo ele que foi o reserva mais utilizado ao longo do ano (48 jogos). Ele, que depois de rasgar dois pontos cruciais em um Dérbi, achou que era justo ofender a torcida ao marcar contra o Goiás. Por que o escolhido foi Kevin, que só tinha seis partidas até então como profissional? Parece um pouco incoerente, para dizer o mínimo. O garoto ainda teve boa apresentação, cavando expulsão, convertendo pênalti e dando as caras na zona mista. Imagina o que faria se tivesse sido bem preparado nos últimos meses.

E a última e mais polêmica: por que Rony é intocável? No Brasileirão só marcou contra os virtualmente rebaixados América e Coritiba. Nas última três edições de Libertadores só balançou as redes do Cerro e do Pereira em mata-mata. Sua titularidade incontestável em nome – apenas – da entrega absoluta não se sustenta mais há tempos. Especialmente com um futuro fenômeno do Real Madrid no banco. Não é sempre que uma bola mágica de bicicleta vai entrar.

Abel já passou por outras turbulências antes como qualquer treinador passa. Mas é a primeira vez que suas escolhas em momentos cruciais passam por reprovação quase unânime. Ou alguém acha que o Palmeiras do segundo tempo contra o Boca é pior do que o do primeiro tempo ou do que o do jogo de ida na Argentina? Não precisa ser um gênio para enxergar isso.

Desnecessário dizer que ele entende mais de futebol do que qualquer um de nós. Não é o maior da história do clube à toa. Dito isso, é necessário ser muito bom para acertar e melhor ainda para admitir seus erros em tempo de consertá-los. E não é o que temos visto nas entrevistas coletivas, quando ele assume a postura condizente com a de quem comanda um time que está jogando o melhor futebol possível.

Atitudes dizem mais do que palavras. A ver como Abel vai para a reta final do Brasileirão, onde precisa ficar entre os quatro primeiros para garantir vaga direta na próxima Libertadores. Se Endrick, Luis Guilherme e companhia finalmente ganharem o espaço que merecem e tiveram contra o Boca, menos mal. Se a escalação contra o Santos for a mesma que iniciou a semifinal no Allianz Parque, o problema só vai aumentar.