Opinião

Opinião: 'O prazer em ver o Palmeiras amassar o São Paulo'

Ver o tricolor sofrer é quase tão gostoso quanto ver o verde ganhar

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

É consenso que o maior rival do Palmeiras é o Corinthians. Sempre será, não importa o que aconteça. Dito isso, o prazer de cada vitória é algo muito pessoal. No meu caso, não há um jogo que me traga mais satisfação do que uma goleada sobre o São Paulo. E vi a maior delas nesta última semana. Inesquecível.

Paschoal Giuliano, meu xará e ex-presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras no período da Segunda Academia, eternizou a frase: ‘Corinthians é rival, São Paulo é inimigo’. Eu não poderia concordar mais. A relação com o time do Morumbi tem um tom de ódio que vai além da rivalidade. Ver o tricolor sofrer é quase tão gostoso quanto ver o verde ganhar. A união das duas coisas é o melhor dos mundos.

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Acima da história quase centenária, há a questão geracional. Não tenho qualquer lembrança do glorioso Palmeiras do final dos anos 1990. Cresci com meu time repleto de bagres comandados por Estevam Soares, Jair Picerni e Paulo Bonamigo. Do outro lado, o intragável Soberano. Que empilhava títulos importantes em sequência fazendo questão de arrotar arrogância ao longo do processo. Todo mundo que não gostava muito de futebol era são-paulino ou virava a casaca por conveniência. Era muito fácil.

Antes de 2015, minha lembrança favorita do Choque-Rei era o chororô do Valdivia em 2008. Indescritível eliminar eles com direito a frango histórico do Rogério Ceni, a quem não odeio mais desde que deixou de ser goleiro do lado de lá do muro. Aquele 3 a 0 com gol de cobertura do Robinho foi para lavar a alma e mostrar que o futuro deixaria boas memórias. Depois, 3 a 0 em Libertadores, 4 a 0 valendo taça… e o 5 a 0 do dia 25 de outubro. Uma pena o Claus ter pipocado. Com os devidos acréscimos, cabia mais.

Que um dia possamos fazer seis, sete, oito. Até lá, o golaço do Piquerez (aproveite para rever acima!) vai aparecer em qualquer discussão em que alguém ousar relativizar um massacre em clássico em nome de qualquer desculpa esfarrapada. Se a situação fosse a contrária, eu estaria cuspindo abelha africana e exigindo a cabeça dos envolvidos.

Sempre brinco que caso acordasse bilionário um dia, minha primeira atitude seria comprar o Morumbi para fazer uma grande demolição. Na sequência, construiria uma usina ou algo do tipo no local para que o terreno queimasse pela eternidade. E que minha mãe e meus melhores amigos são-paulinos não me levem a mal. O ódio é o maior sinal de respeito que existe a um rival. Se preocupem se um dia o sentimento se tornar pena.

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