Opinião: ‘Sobre Palmeiras, rivalidade e vingança’
"Não é mais sobre quem nós odiamos, é sobre quem nos perturba"
Desde 2020, o Palmeiras segue uma espécie de missão caça-fantasma atrás de assombrações do passado. A jornada começou com um algoz recente na final do Paulistão contra o Corinthians. Depois de amargar por dois anos o contestável título de 2018, o Verdão deu o troco.
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Este primeiro capítulo deu-se sem Abel Ferreira, contratado meses depois da conquista estadual. O treinador chegou ao Alviverde com a missão de cobrar a dívida histórica da Libertadores com o clube.
Primeiro brasileiro finalista do torneio, detentor de diversos números positivos na competição, o Palmeiras permanecia com apenas um título. Nesse meio tempo, o time morreu na praia e viu Grêmio ganhar e terceira e Flamengo, a segunda.
Incontestáveis, as campanhas exalavam, além de te tudo, sorte de campeão. Após amargar frustrações na Copa de 16 a 19, o Verdão enfim abusou desse fator para reconquistar a América. No sorteio do Delfín, na bola na trave do Libertad, na salvada do Emerson Santos em cima da linha… ela estava lá. Acompanhada da competência.
O continente voltou a ser verde como merecia ser. Justiça poética pelo tempo doado a essa obsessão. Mas o clube que voltava ao topo da América não iria parar por aí. Ainda restavam alguns fantasmas a exorcizar.
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Desde então, o Palmeiras travou batalhas com quem em forma recente havia o derrotado e usou campo e bola para reembolsar os custos. Grêmio, na Copa do Brasil; São Paulo e Flamengo, na Libertadores; Internacional, de certa forma no Brasileirão, e até mesmo o Água Santa, no Paulistão.
A rancorosa Sociedade Esportiva cobrou um a um que o havia atormentado sob comando de um inquieto e obstinado treinador. E este mesmo personagem é quem, hoje, comanda o time no último capítulo dessa vingança.
Para transformar o clube, de fato, no maior campeão brasileiro na Libertadores. Para vingar duas dolorosas eliminações que marcaram uma geração. Para enfatizar o Verdão não como um vencedor passageiro, mas como dono do trono de campeão do continente.
Não é mais sobre quem nós odiamos, é sobre quem nos perturba. Que se lasquem todos aqueles que nos provocaram, nos agrediram e nos difamaram. Eles não nos ganham mais no campo. Há um time que ainda não pagou seus pecados.
É hora de convergir toda raiva, todos esforços, toda concentração e todo o querer de uma equipe e torcida em um objetivo só. A fim de enterrar o último demônio que perambula em pesadelos palmeirenses. Cortar pela raiz e matá-lo pela Boca.