Análise: Palmeiras vê mais um técnico pressionado pelo mau planejamento de sua diretoria

Promessa no final do ano era de revolução na maneira de jogar do Verdão para 2020

“O futebol está passando um processo de mudanças, e o Palmeiras precisa acompanhar essas mudanças”.

Essa frase foi dita por Maurício Galiotte no dia 1 de dezembro de 2019, após o Palmeiras perder por 3 a 1 para o Flamengo no Allianz Parque, jogo que culminou com a demissão de Mano Menezes.

Identificado com o rival, Mano Menezes não deveria nem ter vindo para o Palmeiras. Galiotte preferiu contratar um técnico cascudo do que apostar em um nome mais moderno, que poderia terminar o ano criando uma base e iniciar a reformulação ideal para 2020.

Pois bem, Mano Menezes não aguentou quatro meses e duas semanas após falar sobre revolução no seu modo de pensar futebol, o mandatário palmeirense contratou Luxemburgo.

O segundo erro consecutivo da escolha do comandante do Verdão, agora traz um grande dilema para quem comanda o futebol alviverde.

Luxemburgo parece não conseguir extrair o melhor do bom elenco que tem em mãos. O time vive de passes para trás, Weverton toca mais na bola do que o meia de ligação que não existe. O esquema com 3 volantes que funcionou contra a Ponte Preta, parece não funcionar mais.

A cada apresentação, o Verdão sofre cada vez mais para criar situações de gol. É um abismo de diferença técnica do setor defensivo para o setor ofensivo do time.

Ontem, diante de um Goiás esfacelado, o Verdão deu 3 chutes no gol adversário.

Luxemburgo tornou-se um dos maiores técnicos da história do futebol brasileiro principalmente pela forma ofensiva em que seus times atuavam. Basta lembrar do Palmeiras de 96 e o Cruzeiro de 2003.

Problema é que 20 anos se passaram e hoje o futebol é outro. Se o Palmeiras precisava ‘acompanhar essas mudanças’, Galiotte não deveria ter apostado em Luxemburgo.

Com uma sequência pesadíssima nas próximas seis rodadas, Luxa terá que dar uma rápida resposta para que a pressão sobre o seu trabalho diminua.

Caso o contrário, o clube se verá mais uma vez obrigado a minar um trabalho pela metade, algo que virou rotina nos últimos 3 anos.

Jogadores acomodados diante de uma direção omissa que não enxerga estilo de jogo como filosofia. Até quando o clube apostará mais em nomes do que em conceitos?

Agora a pergunta que fica é: caso Luxemburgo saia, quem será o próximo escudo? Felipão e Cuca não dá mais.

Até quando o Palmeiras viverá na sombra do seu passado?

Vivemos esperando, dias melhores para sempre…