Análise Verdão: ‘Os problemas do Palmeiras contra o Tigres’

Entenda os problemas apresentados pelo Palmeiras contra o Tigres, na semifinal do Mundial de Clubes e as causas da derrota.

O Palmeiras não teve o desempenho esperado na semifinal do Mundial de Clubes, contra o Tigres. Uma semana após conquistar a América, o Verdão não conseguiu encontrar respostas para as ações do adversário e foi eliminado. O que explica essa derrota?

Problemas com bola

Quando teve a posse da bola, o Palmeiras foi lento. Afinal, o Tigres sempre acumulava mais jogadores próximos da bola, tirando as linhas de passe do time brasileiro. Nesse sentido, faltou uma maior aproximação e mais movimentação dos atletas alviverdes para sair desse bloqueio.

Palmeiras Tigres
Gabriel Menino isolado na ponta direita.

Nas imagens, vemos como os mexicanos travaram a construção alviverde em diferentes alturas do campo. Inclusive, eles criaram ainda mais dificuldades nos momentos em que marcaram no campo de ataque. Por isso, vimos Raphael Veiga buscar a bola em faixas muitos mais recuadas do campo que o comum.

Palmeiras Tigres
Mais jogadores do Tigres próximos da bola do que do Palmeiras.

As ligações diretas, tentadas 63 vezes ao longo da partida, foram muito imprecisas, seja por terem sido executadas na hora errada ou erros técnicos.

Problemas sem bola

O período entre os 15 e 33 minutos do primeiro tempo foi o único de superioridade palestrina na semifinal. Ele ocorreu, entre outros motivos, pela marcação alta e pressão intensa, tirando a liberdade dos excelentes volantes Rafael Carioca e Pizarro. Se eles não jogam, fica mais difícil para a bola chegar em Gignac.

Palmeiras Tigres
Palmeiras incomodando com marcação alta.

Contudo, o técnico Tuca Ferretti e o atacante francês identificaram uma brecha. O camisa 10 passou a jogar mais à esquerda, em cima de Marcos Rocha e Gabriel Menino, para se aproveitar de seu porte físico e da recomposição “torta” no lado direito da defesa alviverde.

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Gignac buscando jogo na esquerda.

Com o bloco de marcação alto, o Palmeiras se postava em um 4-4-2, com Raphael Veiga mais ao centro. Quando estava mais recuado, o time passava para um 5-4-1, uma vez que Rocha ficava mais por dentro, de zagueiro, e Gabriel Menino recuava como um lateral. Veiga tentava ajudar, mas nem sempre flutuava do meio para o lado à tempo.

Palmeiras Tigres
Linha de cinco na defesa.

Assim, o centroavante adversário foi ajudando a criação do Tigres e obrigou duas defesaças de Weverton na reta final do primeiro tempo. A partir daí, o Verdão pareceu mais assustado e/ou cansado, pressionando menos a bola e dando muito espaço. Resultado: o lance do pênalti.

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Rodríguez recebe livre, enfia a bola e González é derrubado por Luan.

Conclusões

Para marcar com intensidade, mover a bola com rapidez, se movimentar, criar linhas de passe é necessário muito fôlego e concentração. Decerto, com uma sequência imensa de jogos, poucos treinos, falta de adaptação ao fuso horário e nervosismo, isso fica muito mais difícil. Não podemos deixar de dar méritos ao adversário pela ótima leitura da partida e imposição física, técnica, tática e mental.

Porém esses são apenas fatores que podem ter contribuído para o mau desempenho e não desculpas. Cabe à comissão técnica e ao jogadores lidar com essas situações em uma semifinal e não foram capazes. Mesmo que povoe bem o campo, o Tigres pressiona pouco a bola e constrói com lentidão. Portanto, era uma partida vencível, apesar da qualidade do rival.

Nada que apague as conquistas do Palmeiras na temporada e nada que não possa ser apontado, já que não pode se repetir.

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