Rafael Bullara: ‘Deca? Tri? A maior alegria que o Deyverson me deu foi como pai’
Nenhum gol será do tamanho da emoção que o atacante me deu ao ir na festa do Enzo
Contar uma boa história é um prêmio para o jornalista. Falar dos outros é o que nos move e aprendemos desde cedo que devemos nos colocar como coadjuvantes. A lição é sempre falar dos outros e não de nós mesmos.
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Por tudo isso, peço licença para contar uma breve passagem minha com Deyverson. Ao ver toda a emoção do herói do tricampeonato da Libertadores, voltei um pouco no tempo. O cara que fez o gol do deca e agora do tri me proporcionou uma emoção ainda maior, por mais impossível que possa parecer.
Há pouco mais de dois anos, em julho de 2019, quando o Enzo começava a entender o que era futebol, só reconhecia o “cabelo loiro” e o Dudu (por ser o menor em campo) nas primeiras idas ao Allianz Parque. Ganhou de presente um vídeo do Deyverson festejando o aniversário de quatro anos. A reação foi a mais pura de uma criança e um tanto inesperada para mim, o mais ansioso.
Dias mais tarde, ao saber de como o pequeno havia recebido a homenagem, Deyverson, sem me conhecer, aceitou o convite para ir até o aniversário que teve como o tema o Palmeiras. Em uma semana de jogo no sábado e na terça, ele abriu mão de um tempo de folga de domingo com a família para dar os parabéns para um pequeno que jamais havia visto. Levou uma camisa 16 – número mais estampado pelo Enzo em suas camisas desde então – e ainda pediu desculpa por não poder ficar muito.
Para quem acredita em superstição, destino ou qualquer coisa similar, o Enzo nasceu no dia 16 e um mês antes ganhei uma camisa. Esperei a data do nascimento dele para colocar o número. Como um amuleto, ela me acompanhou nas campanhas do tri da Copa do Brasil e do enea no Brasileiro, as primeiras conquistas do Enzo.
Por mais que o gol histórico viesse com a nove, o Deyverson será sempre o camisa 16 do Enzo. Para mim, nenhum tento vai superar o golaço que ele me deu como pai.