Rafael Bullara: ‘Poupar ou não poupar os titulares do Palmeiras, eis a questão’

Abel Ferreira tem mandado mesma equipe para campo há praticamente sete partidas seguidas. Alterações aconteceram somente por necessidade e questão física passa ser obstáculo

O clássico contra o Santos foi a trigésima partida do Palmeiras na temporada. Serão, no mínimo, mais 35 pela frente e o clube não chegou nem na metade dos compromissos que terá até dezembro. Desde sempre, o insano calendário brasileiro é tema constante das coletivas de Abel Ferreira e sua comissão.

Em quase três anos de Brasil, o comandante português tenta, ao máximo, se adaptar aos inúmeros desafios que a temporada impõe, como agora. A partida no litoral paulista foi a primeira de uma série de quatro seguidas longe de casa. A partir de agora serão viagens para Assunção, Belo Horizonte e Fortaleza por três competições diferentes: Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil, respectivamente.

Por mais que Abel tente manter a mesma equipe há sete partidas, desde a vitória contra o Corinthians, é preciso poupar. As trocas desde o Dérbi, no nono e último jogo de abril, só aconteceram por lesão (Murilo), suspensão (Zé Rafael e Piquerez) e por não poder atuar pela Copa do Brasil (Artur).

Conheça o canal do Nosso Palestra no Youtube! Clique aqui.
Siga o Nosso Palestra no Twitter e no Instagram / Ouça o NPCast!
Conheça e comente no Fórum do Nosso Palestra

https://youtube.com/watch?v=xVYFFAWMiHY

O mês de maio terá nove duelos novamente e faltam três, todos fora de casa. A atuação praticamente perfeita contra o Grêmio, há quase duas semanas, é a prova de que as capacidades físicas e técnicas, quando estão juntas, fazem do Palmeiras uma equipe praticamente imbatível.

Contra Red Bull Bragantino, Fortaleza, apesar da boa vantagem, e Santos se viu um Palmeiras sem estar em sua capacidade física plena, principalmente do meio para frente. A questão para Abel resolver está longe de ser simples, por mais que o Núcleo de Saúde e Performance seja um aliado.

Abrir mão de Dudu, Raphael Veiga e Rony, por exemplo, é não ter substitutos com as mesmas características. Tirar um e deixar outro também é abrir mão de uma estrutura que dá resultado, enquanto se tem gás. O mês de junho será mais ‘tranquilo’ por conta da data Fifa, mas até lá são mais seis jogos.

Das opções para o setor ofensivo, quem mais saiu do banco de reservas em 2023 foi Breno Lopes, 20 vezes. Rafael Navarro entrou em 13 oportunidades e o recém-chegado Richard Ríos apareceu em dez. Endrinck em nove e Flaco em sete completam a lista.

Em comparação com o ano passado, o elenco segue enxuto, porém com mais Crias da Academia. É necessário mais tempo para alguns deles e o zagueiro Naves é a prova disso. Com um time todo reserva na Bolívia, não foi bem. No segundo tempo diante do Santos, com os titulares, foi mais seguro.

Pelo nível de exigência, é impensável crer que a atual formação consiga passar por Cerro Porteño, Atlético-MG, Fortaleza, Coritiba, Barcelona e São Paulo de maneira intacta, seja na questão dos resultados ou física. Sem contar que atletas do elenco têm grandes chances de serem convocados.

É preciso poupar, mesmo que o calendário não abra muitas brechas para isso. Quando isso vai acontecer? Só Abel sabe. Mas seguir com os mesmos até a parada de junho me parece ser arriscado demais e não se está nem no meio da temporada.