Artur Abramo: ‘Danilo, obrigado pelo seu sorriso. E pelo nosso também’

"Agora, ele vai sorrir no Velho Continente, na Terra da Rainha, onde, aliás, chegou como rei"

Discreto, Danilo entra em campo despretensiosamente em uma partida de Brasileirão. Entra no final do jogo, fica dez minutos em campo, acerta uma duzia de passes e… Apita o árbitro. Fim de papo. Começo de jornada. Ele sorri por estar ali.

Quase dois anos e meio depois, Danilo já não está mais aqui. Agora, ele vai sorrir no Velho Continente, na Terra da Rainha, onde, aliás, chegou como rei. Apresentado no trono, ele posa como quem já comanda o clube que está. Como foi no meio-campo do Palmeiras.

De presença única e qualidade incomparável, ele foi o mais talentoso volante do Alviverde no século. Ao lado de Zé Rafael, formou a dupla mais vitoriosa da posição na historia recente. Hoje, deixa seu clube formador com seis títulos na bagagem e a certeza de que está eternizado na prateleira de ídolos mesmo com tão pouca idade.

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Pouca idade nunca foi problema, inclusive. Aos 19 anos, Danilo foi o melhor jogador de uma final de Libertadores da América no Maracanã. E não só. Ele lançou a bola que seria cruzada para o gol do título. Antes do jogo, havia previsto o lance. Desde cedo, Danilo é dono do próprio destino.

Baiano-soteropolitano, ele quase desistiu da bola em prol dos estudos ainda na base do Bahia. Dego, seu treinador quando criança, não permitiu. O técnico da escolinha viu em Danilo o que o Brasil veria nos últimos e anos e o que o mundo verá nos próximos.

Os “fora da caixa” aparecem mais cedo, avisou Abel. E tanto apareceu, que ficou difícil de esconder. Para quem estava apreensivo com sua saída desde a primeira temporada, até que durou. Ficou tempo suficiente para nos iludir que duraria para sempre. Sabíamos, mas não queríamos acreditar.

Danilo, pelo contrário, sempre acreditou. E, como Gil ensinou, andou com fé e não faiou. Ou, até falhou em alguns momentos, mas nunca deixou de levantar a cabeça e pôr de volta esse inconfundível sorriso no rosto. Orgulhoso de ser quem é, orgulhoso de estar onde está. Danilo crê, sobretudo, em si.

Obrigado por crer também em nós. Obrigado por dar leveza ao futebol que é cada dia mais pesado. Obrigado pelo seu sorriso, que nos faz sorrir. Obrigado pelos gols, dribles, assistências, desarmes e todo o resto. Obrigado pela grana dos ingleses. Obrigado por nos orgulhar. Obrigado, Danilo.

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