Uma imagem vale mais do que 1993 palavras
"Fiquei com tanta raiva que eu não sei se eu empurrei a TV. Ou dei um murro nela. Mas ela ficou assim"
Se Laura e Gabriel estivessem na casa do namorado na decisão do SP-18, talvez acontecesse algo parecido. “Eu estava com um ódio guardado aqui dentro há dois anos depois daqueles pênaltis”.
Ou teria sido um desespero similar quando, no Pacaembu, no BR-14, eles viram no final do Derby um chute errado de Danilo empatar o jogo depois de a bola bater em Juninho. A Band mostrou o casal na arquibancada naquele ano em que qualquer tiro de meta alheio era perigo.
(Mas, cara Leila, não foi o Santos que salvou o Palmeiras. Foi o palmeirense, mais uma vez. Como você deveria saber).
Palmeirenses como Laura, que via com Gabriel, no quarto dele, a final do SP-20 quando Gómez fez o pênalti em Jô. “Eu e meu namorado gostamos de ver o jogo sozinhos porque perdemos o controle”. Como Gómez no lance. “Ele tinha feito uma partida maravilhosa. Mas fez aquilo…”.
Como se fosse o nosso zagueirão, Laura perdeu o controle. E a mão. “Fiquei com tanta raiva que eu não sei se eu empurrei a TV. Ou dei um murro nela. Mas ela ficou assim”. Como está na foto.
Laura e Gabriel ficaram sem imagem antes do pênalti. Ouviram pelos vizinhos que Jô empatou o Derby.
“No desespero, fomos então pra sala da casa da mãe do meu namorado. Mas ela soube do estrago no quarto do Gabriel e não nos deixou quebrar mais uma televisão… Então nós conectamos em um minuto a minuto na internet. Mas estava com muito delay a descrição de cada pênalti. Ficamos ainda mais nervosos. E sem outra TV para esmurrar… Quando mais ouvimos pelos vizinhos a gritaria do que acompanhamos os pênaltis.
Até que enfim conseguiram ouvir gritos mais fortes e mais altos. Fogos. “Corremos então pro WhatsApp e só então soubemos pelas mensagens que ganhamos mais uma vez deles!”
Laura e Gabriel só viram os pênaltis na televisão duas horas depois. No aparelho da mãe dele. Quando então começou a doer a mão da Laura que quebrou a TV.
“Era tanta adrenalina e emoção que não doía nada. Acabou sendo um título ainda mais caro para nós. Ficamos sem imagem. Mas a que vai ficar sempre é o Patrick de Paula mandando aquele pênalti no ângulo”.
Uma imagem vale mais do que 1993 palavras.