Você não escutou, mas nós gritamos o seu nome

Nossa voz não estava lá para gritar seu nome. Nosso locutor oficial fez isso por toda nossa nação. Marcos Costi berrou: Fernaaaaaando Praaaaaaass. Mesmas palavras que nós dissemos quando Petros correu. Quando Gustavo Henrique tomou distância. Quando nosso goleiro correu para bater.

Se você fizer, acaba. Você fez.

Você fez história. Você fez de tudo para honrar o nome que a gente tanto gritou entre 2013 e 2019. Quando Patrick tentou. Wesley, Willian, Ramires. Você se esticou para espalmar. Você se esforçou para evitar o que foi sua razão de ser nos últimos anos. Os gols do Palmeiras.

Você se jogou. Como fez quando Fred ficou cara a cara com as nossas traves.

Em 2014, quando a gente mais sofria do que ameaçava, você era um dos únicos orgulhos.

Nós lamentamos sua saída.

Você ressurgiu. Está jogando muito no Ceará. A gente tinha certeza disso.

Foi estranho te ver com outro uniforme na nossa casa. Foi estranho não ver ninguém na arquibancada. Não acompanhar a exaltação de quem tanto cantou e vibrou por um dos melhores goleiros da história do Palmeiras.

Foi estranho não te agradecer por tudo.

Pela pancada contra o Santos em 2015.

Pela volta em 13. Pela luta em 14. Pelo renascimento em 16.

Pelo profissionalismo de sempre

Você veio de azul.

O azul te fez eterno no clube que veste verde.

Você mostrou que azul também é a cor da esperança.

E da gratidão.

Seu nome está na nossa garganta.

Não deu para escutar, mas está.

O barulho da sua história está nas lembranças mais lindas da nossa casa.

Obrigado, ídolo.

Você é nosso.