Camilinha e Bruna Calderan revelam PlayStation na Libertadores 2022 e citam ‘obsessão’ por título
Jogadoras foram campeãs continentais com Verdão na temporada passada e buscam mais uma Glória Eterna
O Palmeiras estreia nesta quinta-feira (5) na Libertadores Feminina diante do Barcelona de Guayaquil. Na última temporada, o lado direito do Verdão foi um dos pontos fortes da equipe durante a competição, com Camilinha e Bruna Calderan. Agora, a dupla busca repetir as boas atuações em busca do segundo título consecutivo do torneio.
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Camilinha explica clima no vestiário em título da Libertadores 2022
Em entrevista exclusiva ao NOSSO PALESTRA, as duas jogadoras relembraram o troféu continental em 2022 e projetaram a participação atual do Alviverde, que conta com uma importante historia na América do Sul.
Tradição na Libertadores
No futebol masculino, o Palmeiras já venceu a Libertadores em três oportunidades. No feminino, na única participação do time, o Verdão levantou o troféu. Sobre isso, Camilinha explicou que a importância da competição está enraizada no clube, ou seja, não está restrita ao futebol masculino.
– Foi falado desde o primeiro dia. Não de quando a gente estava lá, mas de quando a gente soube que iria participar, a gente já começou a falar isso, que o Palmeiras é obcecado pela Libertadores, tem que ir pra ganhar, não tem outro caminho. É ganhar ou ganhar. O Ricardo (Belli, treinador) e o Alberto (Simão, diretor de futebol) sempre falaram isso. Ele bateu muito nessa tecla. A gente já estava indo muito motivadas, pelo que a gente assistia do masculino a gente via e eu acho que o cante da ‘Taça Libertadores é obsessão”, quando o Palmeiras começa a cantar, acho que não tem como não subir a adrenalina e você não ficar muito eufórico querendo muito isso. Foi falado desde o primeiro dia e a gente buscou isso desde o início, desde quando foi falado, com unhas e dentes, a gente ia buscar, independente de qualquer coisa, e eu acho que literalmente foi o que a gente fez. A gente ia passar por cima de todo mundo, não importa como, mas a gente ia conquistar ela.
Bruna Calderan, por sua vez, completou, afirmando que a Libertadores tem um gosto diferente para o Palmeiras.
– Desde o dia em que nós descobrimos que iríamos para a Libertadores, todo momento a direção, comissão, sempre deixava muito claro pra gente que, pro Palmeiras, a Libertadores tem um gosto diferente e pra muitas atletas que ainda não tinham vivido ainda isso, de Libertadores, talvez falasse “não, tudo bem, né…” mas pra quem já viveu, mas meninas sempre comentavam que a Libertadores, independente do clube em que estivéssemos, ia ser diferente. Ano passado (no Equador), tinha a questão da altitude, esse ano (na Colômbia), também vai ter, mas tinha a questão da altitude, mas independente disso, a arbitragem ia ser diferente, a forma que a gente ia se alimentar ia ser diferente, os estádios, enfim, tudo era diferente. Nós teríamos que ter essa consciência e nos colocar dentro de campo e fora dele também, que esse era o objetivo, não tinha outro. Não tinha outra solução. Era o Palmeiras e o Palmeiras era obcecado por isso, tanto que falam nas músicas que a torcida canta, mas nós também tínhamos essa consciência que, independente do que fosse acontecer dentro do jogo ou fora dele, nós teríamos que buscar essa taça que era a nossa obsessão no momento.
Libertadores 2022
Na última temporada, o Palmeiras entrou em campo seis vezes pela Libertadores Feminina, saindo vitorioso em todas as oportunidades. Com isso, o time conquistou a competição pela primeira vez em sua história.
Para Camilinha, a conquista da Glória Eterna foi inesquecível. Segundo ela, o Verdão entrou em campo em todas as partidas como se tivesse disputando uma final, e isso foi fundamental para o time sair vitorioso ao final do torneio.
– Pra mim, como eu falei, foi inesquecível. Foi o que realmente aconteceu. A gente viveu aqueles vinte, vinte e cinco dias como se fossem os últimos pra gente. A gente disputou cada jogo como se fosse uma final e não esperava que tudo o que aconteceu lá fosse daquela maneira, com o Corinthians saindo, que já vinha de vários títulos, com o Boca (Juniors) tirando elas… Aconteceu muita coisa durante esse período que a gente estava lá, mas o mais legal de tudo foi o quanto nós atletas conseguimos nos aproximar de uma forma com que deixou o título muito mais próxima da gente. Nós comentámos que nunca estivemos tão unidas, a gente procurou ficar mais próxima possível, cada uma entender mais como cada uma jogava, o que a gente podia fazer para se ajudar dentro de campo e eu acho que tudo o que a gente fez, dentro e fora de campo refletiu muito nessa nossa conquista e foram jogos que, assim, talvez o placar faz parecer que foi fácil, mas todos os jogos foram muito difíceis, até mesmo a final foi muito difícil. Toda vez que a gente relembra, vem flashs na memória, na cabeça porque, realmente, foram dias e jogos que foram gratificantes de poder lembrar e está marcado na história do Palmeiras, que eu acho que para minha carreira é muito importante e para o Palmeiras, também. O Feminino na Libertadores e ganhando, se consagrando campeão, tendo a oportunidade ainda de disputar e ganhar o bi é muito importante, eu fico muito feliz e é uma coisa que ninguém vai poder tirar de mim, então eu sou muito grata por isso.
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Camilinha e Bruna Calderan comentam tradição do Palmeiras na Libertadores
Para Bruna, o sentimento foi semelhante. Segundo ela, desde que assinou com o Verdão, um de seus objetivos era “colocar o clube onde ele realmente merece” estar. Com isso, a Libertadores teve um gostinho especial de dever cumprido.
– Quando eu vim pro Palmeiras, eu sempre quis escrever meu nome na história, sempre quis ajudar de alguma forma a colocar o clube onde ele realmente merece, apesar do feminino ainda ter todo uma trajetória para evoluir, mas viver o que a gente viveu na Libertadores foi algo que nem nos meus melhores sonhos eu poderia descrever uma coisa dessas. Eu acho que todas nós, tanto dentro quanto fora de campo, a gente se ajudou, foi bonito de ver, entre nós atletas, como a gente se ajudou, principalmente nessa questão de comunicação, de “o que eu posso de ajudar? O que a gente pode fazer de diferente?”. Falando desde o primeiro jogo, foi muito maluco, porque a gente jogou quinze minutos, aí começou um temporal e a gente teve que para o jogo por cerca de uma hora parado, esperando a chuva parar de alagar o campo, foi todo um tumulto durante a estreia. Foi muito maluco, mas ao mesmo tempo foi muito gratificante da gente conseguir viver tudo isso e conseguir colocar o nosso nome dentro da história do clube.
Além disso, as jogadoras relembraram a preparação para o campeonato. Além de treinos físicos e táticos, as Palestrinas contaram com um clima positivo no vestiário como um motivador para o torneio, com jogos de cartas, videogames e filmes na concentração.
– Ano passado foi tudo muito leve. A gente já ia pro ônibus, que dava uns 20 minutos de distância até o treino, escutando música, ia brincando no tablet com alguns jogos que a Byanca Brasil (atacante) tinha, ia na resenha… Aí quando voltava pro hotel, em cada refeição, nunca tinha de terminou uma refeição e já saía. A maioria fica lá conversando, batendo papo, dando risada e chegou num momento que a gente já tava saturada de “nossa, todo dia, mesmo horário, mesma coisa”, então a gente pegava um dia e fazia de sala de jogos. Nós levamos quebra cabeça, Jenga, levou Uno, baralho, a Bia (Zaneratto) levou o PlayStation dela, a Jully (goleira) também, o Ricardo (Belli) colocou filme pra gente assistir, então a gente queria fazer tudo junto, pra gente sempre estar em uma harmonia muito boa pra que as coisas fluíssem e não ficasse um ambiente pesado. A gente tá dentro de um hotel, 24 horas, então a gente quis deixar o mais tranquilo possível pra gente desfrutar cada momento. O que a gente fez fora de campo, essas pequenas coisas que parecem tolas, eu acho que foram cruciais pra levar a gente leve, a cada fase que passava, a cada jogo, e eu acho que foi algo que funcionou muito e que a gente vai tentar trazer esse ano, também. Tentar deixar o ambiente o mais leve possível. É claro que a gente não vai simplesmente fazer um copia e cola até porque são atletas diferentes, mas a gente vai tentar, pras atletas que não estavam com a gente, levar esse mesmo espírito de fazer uma coisa leve, de ser a gente mesmo, que as coisas vão fluir, as coisas vão acontecer. A gente tem umas meninas mais novas esse ano, então pra elas essa primeira impressão de Libertadores vai ser meio “assustador”, mas aí as mais experientes, que já participaram e tem bagagem em outros clubes, vão tentar passar tudo o que a gente já sabe pra elas e pra elas ficarem em um ambiente agradável e a gente conseguir ir passando, passo a passo, degrau a degrau – contou Camilinha.
Posicionamento em campo
Camilinha e Bruna Calderan estão acostumadas a ocupar o lado direito do Palmeiras. Quando Bruna não está à disposição, Camilinha é sua substituta na lateral direita. Quando as duas estão em campo, o entrosamento da dupla é um dos trunfos do Verdão em busca das vitórias.
As atletas, então, explicaram ao NP como o treinador Ricardo Belli prepara a equipe para que elas estejam à vontade dentro de campo. Mudando de posição durante as partidas, as jogadoras criam espaços e boas alternativas para o time encontrar chances de gol.
– Quando a Camila joga ali do lado direito fica um pouco mais fácil pra eu atacar, porque eu sei que a hora que eu passar por ela, ela vai fazer essa cobertura, até porque ela já jogou em várias outras posições, inclusive quando eu não estou, é ela que cai na lateral direita, então ela tem essa leitura muito boa e fica muito mais fácil essa questão porque você pode subir com maior tranquilidade porque eu sei que eu não vou tomar a bola nas costas porque vai ter uma menina me cobrindo. Hora é a Camila, hora é a Andressa, então essa questão que o (Ricardo) Belli trabalha isso, hora você tá aqui, hora você tá mais avançada, então fica mais fácil de ir ocupando os locais diferentes do campo – disse Calderan.
– Eu carrego muito a bola pra dentro do campo, então quando eu acho isso e faço algum passe, a Bruna já tá passando e já tá falando. Relembrando um dos lances que aconteceu no campeonato Brasileiro, contra o Corinthians, a Bruna fez um gol de cabeça no segundo pau que a Bia cruzou, foi um desses lances. Eu tava mais por dentro e a Bruna falou “tô passando” e eu falei “vai”, aí eu desci na dela e ela foi feliz em fazer o gol. Então a gente tem muito essa comunicação. Quando eu tô do lado da Katrine a gente também tem, mas ela acaba segurando um pouquinho a mais, mas Bruna gosta de fazer gol, então toda hora ela sobe e eu tenho que dar uma segurada ali – concluiu Camilinha.
Na última Libertadores, porém, a situação foi um pouco diferente do habitual. Com o time jogando com uma linha de cinco na defesa, Bruna Calderan ganhou liberdade e foi utilizada como ala por Ricardo Belli. Com isso, a atleta apareceu mais no ataque e foi importante com gols e assistências ao longo do torneio.
– No ano passado a gente jogou com uma linha de cinco atrás e quando a gente tinha a posse de bola, as alas sobem mais e ajudam mais no ataque. Particularmente, eu prefiro muito mais jogar mais avançada. Tenho melhores números assim quando eu jogo mais na frente, mas nesse ano ainda é surpresa, não dá pra falar muito sobre o que vai acontecer. Surpresas virão e vocês podem esperar muito empenho e dedicação para honrar o manto do Verdão – explicou a lateral.
A opção de Belli por avançar Calderan foi elogiada por Camilinha. A meio-campista exaltou o treinador e a polivalência da companheira de equipe, que foi fundamental na temporada passada.
– O (Ricardo) Belli sabe muito bem utilizar as características da Bruna e ela é uma jogadora que é muito versátil. Como ela jogou no ano passado em uma posição diferente, ele sempre vai tentando arrumar funções diferentes para cada atleta e ele conseguiu encaixar muito bem a Bruna em outras funções e como tem poucas atletas, também, para a Libertadores (o regulamento só permite 23 inscrições), você precisa de atletas que façam outras funções e eu acho que o Belli consegue tirar muito bem isso das atletas e a Bruna é um grande exemplo disso, de conseguir fazer muito bem as funções. Ela foi pra lá, nunca tinha jogado naquela função e se saiu muito bem.
Preparação para Libertadores 2023
Em 2022, o Palmeiras enfrentou dificuldades com a exigência física da Libertadores. Estreando na competição, o Verdão não tinha experiência em torneios com jogos a cada dois dias e teve de focar na recuperação entre confrontos, utilizando inclusive massagistas locais no processo.
No entanto, Bruna Calderan entende que não será necessário mudar a preparação palestrina para o torneio neste ano. Apesar dos empecilhos, o time rendeu na temporada passada e conquistou o título.
– De muito diferente do que a gente fez ano passado, acho que a gente não vai fazer porque deu certo com um tempo muito curto de descanso que a gente tinha. A gente jogava, já no mesmo dia fazia banheira de gelo, aí no outro dia era massagem, gelo, piscina, aí quem não jogava muito ia treinar. Era uma correria, mas fluiu, deu resultado, então acho que não vai sair muito, mas quem sou eu pra falar, eu sou só uma atleta, pessoal da comissão poderia dizer melhor, mas eu acho que como deu certo no ano passado, acredito que eles vão seguir mais ou menos a mesma linha esse ano.
Além disso, Camilinha explicou que o Verdão já teve reuniões para projetar a competição continental. Com isso, as atletas já sabem como serão os treinos e quanto tempo terão de recuperação entre jogos.
– A gente já teve uma reunião sobre a Libertadores e antes de sair as datas dos jogos, onde a gente jogaria, eles já fizeram todo um planejamento com possíveis datas e descansos que a gente teria pra gente já saber quando que a gente vai recuperar e quando a gente vai treinar. Fizeram um esboço de como poderia ser, então a gente já tem mais ou menos uma ideia de toda a programação, de treinos mais curtos, regenerativo, porque não tem como fazer algo longo. Como a Bruna falou, é banheira de gelo, massagem, a gente vai poder desfrutar de mais um “spa” como a gente fez ano passado pra gente relaxar mais um pouco, então acho que eles vão seguir mais essa linha e como a gente já tem um pouco de noção de como é, a gente vai estar muito mais ajustadas nessa parte também.
O Palmeiras estreia na Libertadores da América nesta quinta-feira (5) às 17h (de Brasília). O confronto será diante do Barcelona de Guayaquil. O torneio será transmitido de palmeirense para palmeirense no NOSSO PALESTRA com narração de Téo José e comentários de Mauro Beting.
Veja outros temas abordados na entrevista com Camilinha e Bruna Calderan
Bola Parada
Camilinha: Sim, é uma proposta. Ano passado a gente teve um dos melhores (aproveitamentos) que o Palmeiras teve, tanto é que o jogo que a gente virou no último segundo (contra o Santiago Morning, do Chile, mas quartas de final), com o gol da Day (Silva, zagueira, hoje na Ferroviária), foi um gol de cabeça. A gente cantava muito essa bola no primeiro (pau), porque entrava da Day, entrava a Bruna, entrava a Poliana, a Júlia (Bianchi, volante, hoje no Chicago Red Stars, dos EUA) às vezes entrava, então tinha muito menina entrando e a gente fez muito e insiste muito nessa bola porque a Bruna e a Poliana são as meninas são as que mais atacam essa bola. Eu não sei muito cabecear, então eu fico ali fora da área pra correr ali atrás, até mesmo pela minha estatura, mas a Andressa tem muito bem essa bola e a gente tem trabalhado bastante ela esse ano pra gente poder tentar chegar perto dos números que a gente chegou no ano passado. Como você falou, tem a Amanda Gutierres, que ela tá iluminada, tá vivendo uma fase incrível e tá ajudando muito a gente. Então é uma arma que a gente tem a vai usar, além de saber que os times sul-americanos não são tão fortes em bola parada, então a gente vai tentar usar bastante essa arma, tanto nas faltas, quanto nos escanteios, pra gente tentar ter uma vantagem para cima das equipes.
Bruna Calderan: A Libertadores do ano passado foi o campeonato que a gente mais conseguiu fazer gols em bolas paradas (9 gols dos 19 surgiram de bola parada, seja falta ou escanteio), foram vários assim. E foi o que a Camila falou, dos clubes sul-americanos não terem tanta qualidade de cabeceio, de bola parada, enfim, nessa parte aérea, mas eu acho que da mesma forma que eles não tem tanto qualidade, eles vão estudar mais os times brasileiros, não falando só do Palmeiras, mas Corinthians e Internacional, que também são muito bons, então eu acho que essa competição tende a ser mais difícil, falando por nós que vivemos ano passado, porque eles vão estudar mais os clubes brasileiros pra poder neutralizar essa questão aérea.
Passagem por Seleção Brasileira
Camilinha: Eu tento passar para elas o quão difícil é. Lógico que o nível do futebol aqui no Brasil subiu muito, a gente está em outro patamar, mas o sul-americano, principalmente, é um jogo muito catimbado. As meninas gritam demais, batem muito, então você tem que igualar isso. Aqui no Brasil a gente até chega firme, mas lá fora é muito pior. Tentar igualar essa “agressividade” que elas têm, não ali com a bola, mas no físico, mesmo. Tentar igualar isso o máximo possível porque é que nem o meu pai brinca “antes elas do que eu”. Se eu chegar com o pé mole em um lance, é possível que eu me machuque, então eu tenho que tentar igualar o mais rápido possível, me adaptar o mais rápido possível pra eu poder bater de frente com elas. Então eu tento passar pras meninas que também não é fácil passar muito tempo longe, questão de alimentação altitude que teve lá, então a gente sempre tem que tentar se adaptar o mais rápido possível e viver o memento. A gente tá na Libertadores, vive esse momento, esquece tudo o que tem fora disso e vive o que tá passando ali que vai facilitar muito a sua adaptação porque é um tiro curto, então se você demorar muito pra se adaptar, alguma coisa vai te prejudicar. Então, quanto mais rápido você se adaptar, é melhor, então eu tento passar isso pra elas, porque ali dentro do campo elas sabem muto bem o que fazer, então é mais questão de enfatizar essa questão física para as coisas fluírem melhor.
Veja a entrevista na íntegra