‘Superação vem desde que decidi ser jogadora’, conta Juliana Passari em retorno ao Palmeiras

Nesta volta do Campeonato Brasileiro Feminino, o Palmeiras vem com uma novidade já bem conhecida pelo torcedor. Após mais de seis meses fora dos campos por conta de uma lesão no joelho e da pandemia da Covid-19, a atleta Juliana Passari voltou aos treinamentos com a equipe alviverde.

A lesão que afastou a palestrina dos gramados é mais comum do que se possa imaginar no meio do futebol feminino, o LCA – lesão no ligamento cruzado anterior no joelho. 

Passari estava como titular, vinha crescendo não só dentro do clube, mas também na Seleção Brasileira Sub-20.

“Fiquei triste, pois estava em crescimento e evoluindo muito bem. Assim que eu tive a confirmação da lesão e a gravidade dela, tive pessoas ao meu lado que me tranquilizaram e me deram segurança. Pude focar na minha recuperação, porque sei da importância que é estar bem psicologicamente”, disse a jovem promessa.

Além da lesão, Juliana teve que lidar com a questão da pandemia. Em entrevista ao NOSSO PALESTRA, ela contou que teve que readaptar todo o tratamento por conta do coronavírus, já que a fisioterapia e a academia que o clube oferece estavam bloqueados. 

“Continuei fazendo tudo que precisava, em casa, e com muita disciplina. Para o retorno, me sinto muito confiante, tranquila e feliz por estar de volta”, disse Passari.

A meio-campista teve a ajuda de sua família, amigos e todo time nesse momento difícil da carreira, um auxílio para voltar aos gramados com o máximo de seu potencial.

Pela parte do clube, ela contou que teve todo respaldo necessário. A torcida sempre a via nas partidas, Passari esteve por perto do elenco nas vitórias e derrotas, mesmo que fosse da arquibancada. 

Mesmo com o empecilho que havia no caminho, Juliana garantiu: “Superação vem desde quando decidi ser jogadora de futebol”.

A relação com o futebol 

Juliana Passari começou todo seu futebol no meio dos meninos, entrou com sete anos para jogar nas quadras de futsal. Sua trajetória no campo começou aos 12 anos, ainda com garotos. Já aos 13, ela teve sua primeira convocação para Seleção Brasileira Sub-15.

“Orgulho em servir meu país. É algo que todos almejam! Um dos títulos mais importante (que conquistei) foi a Liga Sul-Americana Sub-20, em 2019”, contou.

No Palmeiras, Passari chegou com um nome promissor no futebol feminino, sendo uma das atletas contratadas na reestruturação do time.

“Fiquei feliz por ser um clube grande e, ao mesmo tempo, sabia da responsabilidade e do desafio que seria. A principal mudança foi estar longe da família, além disso, o Palmeiras me proporcionou visibilidade e crescimento profissional”.

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A lembrança que foi feita pela jogadora seria em relação ao projeto do time alviverde. Segundo ela, o clube vem em uma crescente e criando um novo nome e uma nova parte na história. 

Sendo marcada pela boa meia-campista que é, Juliana deseja poder se consolidar no Palmeiras e ser uma peça importante para o time. Podendo assim, atuar novamente pela Seleção Brasileira.

“Sempre tive ambições, claro que fiquei surpresa, mas feliz pelos triunfos e por cada etapa conquistada. Pretendo conquistar muitos campeonatos, muitos títulos e ser uma jogadora de referência. Sou muito nova e ainda almejo muitas coisas”. 

Como muitas jogadoras, Passari comentou que gosta muito de ver Formiga jogando, uma das referências no meio de campo e no futebol feminino. 

O crescimento do futebol feminino 

Mesmo fora dos gramados, Juliana recebia um grande apoio da torcida em posts nas suas redes sociais. “Tenho uma ótima relação com a torcida, ela nos motiva e nos cobra muito, o que é normal e estamos acostumadas. Mas é algo que nos incentiva a dar o nosso melhor”. 

Passari disse perceber as jogadoras mais conscientes das responsabilidades que possuem dentro e fora de campo e que estão mais profissionais. Afinal, as atletas estão crescendo e ganhando visibilidade junto com a categoria. 

“O futebol feminino está em um crescimento progressivo, lento. Mas não podemos deixar de ver a evolução da modalidade. Acredito que o investimento na categoria de base é algo que precisa ser feito com urgência”, finalizou. 

A base no Brasil ainda é algo muito precário e, às vezes, inexistente. Juliana teve a chance de participar das categorias de base da Seleção Brasileira. 

Além dos campos, o crescimento do futebol feminino também acontece na publicidade e na imprensa. No ano de 2020, Passari foi uma das escolhidas pela Puma para campanha da nova camisa.

A atleta também chegou a fazer uma nova sessão de fotos com a marca para divulgar alguns lançamentos nas últimas semanas.