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100 vezes Palmeiras - história de um alviverde de chuteiras

O jogador Victor Luis, da SE Palmeiras, comemora seu gol contra a equipe do Santos FC, durante partida valida pela trigésima segunda rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, na Arena Allianz Parque.
O jogador Victor Luis, da SE Palmeiras, comemora seu gol contra a equipe do Santos FC, durante partida valida pela trigésima segunda rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, na Arena Allianz Parque.

Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras/ Divulgação

A jornada do herói tem mil formas de se construir. As vezes, com mais drama e caminhos, em outras, de maneira mais direta, ascendente e explosiva. O ponto em comum em todas essas histórias é que ela tem um momento decisivo no qual a trama muda de rumos e encaminha os passos para ao sucesso. E foi assim, em uma saída, em uma fase de contestações e dúvidas que Victor Luis começava sua jornada para revirar a tendência e assumir a condição de campeão.

Victor é desses caras que todos já vimos e vemos em todos os jogos do Palmeiras. Ele torce. Ele foi de arquibancada, de desilusão, de imensa alegria ou de raiva incontida. Faz parte do lado de cá do futebol mesmo sendo o jogador que está do lado de lá. É igual a você que daria a vida inteira pra ser campeão pelo time que torce, que ama. É a melhor versão possível de atleta por conseguir sentir muito mais do que o campo e bola falam. Ele ouve a arquibancada.

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Ouve as alegrias de agora, mas ouviu o choro resistente e aliviado de 2014 quanto tudo era mato e nada era futebol. Quase se viu rebaixado e chorou nos ombros de Prass quando o ficar já era certeza. Antes disso, foi o dono do chute que trouxe a única alegria naquele ano de luto. Saiu. Foi apagado como parte de um passado perdedor, mas havia um história muito bonita pra contar, um tempo depois, em outra situação.

Foi procurar abrigo em outros rios. Botou fogo no passado ainda inconstante e se habilitou pra voltar. Foi das águas que inundavam o Palestra Itália em noite de Palmeiras e Santos que o batismo aconteceu. Ficou o desajustado de sorte e seguiu o campeão brasileiro. Comemoração de um gol decisivo com a loucura de quem queria muito, queria tanto, queria como qualquer um dos milhões que assistiam, choravam, sorriam. Victor supera dificuldades porque compartilha dessas sensações todas que unidas são poderosas.

Quarta-feira é a centésima vez em que o lateral se ajoelhará com o escudo na mão, o olhar conectado com a fé e com a certeza de estar onde mais queria, onde mais gosta, onde sempre sonhou estar. Mais um dia em que o torcedor saberá que estará representado em campo. A jornada do herói, vocês sabem, nem sempre tem no protagonista o mais rápido, bonito ou habilidoso, mas aquele que reúne a capacidade inata de significar uma história.

Feliz 100, Victor.