20/8/2016, 21a. rodada do BR-16: Palmeiras 2 x 2 Ponte Preta

 

Sábado, 20 de agosto DE 2016, 20h09. Um palmeirense jornalista mandou um whatsapp no momento em que Neymar bateu na bola e antes de ela entrar na meta da Alemanha. Brasil medalha de ouro no futebol, no Maracanã.

A mensagem que ele escrevera antes de a bola entrar e antes das cobranças de pênaltis contra os alemães: “Passei o jogo todo imaginando você lá na meta, Fernando Prass. E tenho certeza absoluta que você esteve lá em todos os momentos. Por isso a nossa meta enfim foi conquistada. Você estava lá. Você é ouro. Parabéns. E obrigado por tudo”.

Exatos 30 minutos depois ele respondeu a mensagem. Assistira ao jogo com a família, na sala. Mas, nos pênaltis, nervoso por não poder os defender, e nem mesmo cobrar ao menos um, foi para o quarto, e, como ótimo goleiro que é, ficou sozinho. Vibrando com Weverton e com os companheiros que, minutos depois, fizeram questão de vestir a camisa dele. Não apenas Gabriel Jesus, parceiro de Palmeiras. Também Rafinha, filho de outro grande ídolo alviverde – Mazinho, campeão brasileiro em 1993. Rafinha que foi companheiro dos dias de recuperação para a Olimpíada. O meia do Barcelona ainda conseguiu jogar o Rio-16. O goleiro palmeirense, não. Mas a camisa 1 dele estava com Jesus e com Rafinha. E também no peito do zagueiro são-paulino Rodrigo Caio e do atacante santista Gabriel. Rivais de clube de Prass. Jamais do caráter também campeão.

“Perdi a chance de ganhar este ouro. Mas vou levantar a Taça do Brasileirão!”. Fernando colocou as mãos juntas em forma de prece no desenho do emoji do whatsapp. Agradeceu. E no dia seguinte seguiu se recuperando. Com o profissionalismo que o levou à Seleção aos 37 anos. Com a dedicação com que Fernando Prass ajudou a levar o Palmeiras adiante.

No dia seguinte, domingo, 21 de agosto, jogo no Allianz Parque. Os volantes Gabriel e Arouca seguiram fora por lesão. Antes titulares em 2015, então apenas opções de um grande elenco. É do jogo. Como tem sido a Ponte atrapalhar nossos desejos nos últimos tempos. Cuca montou mais uma vez um time ofensivo. Tchê Tchê e Moisés fazendo tudo no meio, com Cleiton Xavier mais solto por dentro. Róger Guedes e Dudu criando pelos lados, e Rafael Marques no comando do ataque. Ele fez 1 a 0, em belo lance de ponta de Róger.

No recomeço do jogo, Rafael quase fez 2 a 0 com menos de 10 segundos. O Porco Louco de Cuca voltava a atacar. Mas não a se defender tão bem. Logo depois teve lance de perigo com a chegada de Moisés e Tchê Tchê na área da Macaca. Os dois volantes! É um time que quase sempre busca o ataque. Por isso às vezes dá espaço atrás. Tchê Tchê quase fez o segundo aparecendo sozinho na cara do Aranha. Só não fez pela bela saída do nosso ex-goleiro e pelo erro absurdo do bandeirinha, que marcou impedimento inexistente.

A Lei do Ex deu de novo o ar da desgraça com o atacante Wellington Paulista, que apareceu livre depois de um lance esquisito e carambolado. O Palmeiras foi à frente e desempatou de novo, na única falha de Aranha, com Thiago Martins, de cabeça, aos 24. Mas três minutos depois tomamos aqueles gols inexplicáveis que sofríamos no passado. E como sofríamos. Jogo em casa, vencendo, e contragolpe desde o meio-campo!? Gol de William Pottker. O terceiro dele contra a gente em 2016. Dois a dois.

Ainda levantamos mais algumas bolas até o fim. Mas ficamos nisso. E com o Atlético Mineiro a dois pontos da gente, e o Flamengo, três.

Foi o Palmeiras na segunda rodada em 2016. Há praticamente um ano.

(Veja abaixo o jogo na íntegra)

https://www.youtube.com/watch?v=oOY0cV7S1oM