“Não ganhamos um caralho”, diz Abel Ferreira. É verdade, nem classificados estamos. Mas, também como diz o luso, temos 24 horas para comemorar. Merecemos depois do que vimos: um time que marcou forte e aproveitou as chances. Vencemos, contra todas as previsões, o mais poderoso time da América do Sul nos últimos anos na casa deles.
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O 3 a 0 foi construído com gols de Rony, Luiz Adriano e Viña. Também teve alguma sorte do River Plate acertar a trave, errar algumas chances e também perder a cabeça.
O palmeirense ficou de cabeça quente antes do jogo começar. A zaga perfeita — Luan e Gomez — foi desfeita há meia hora da partida, quando o brasileiro apresentou dores na lombar. Alan Empereur, que já tem certa desconfiança da torcida, entrou na vaga.
O temor de uma zaga frágil foi se confirmando no começo da partida. Aos 5m do primeiro tempo, o River, time treinado há seis anos pelo mesmo técnico, a estrela Marcelo Gallardo, já tinha chegado duas vezes com perigo. Na segunda delas, Weverton salvou uma chance perigosíssima dos adversários.
Até que o Verdão se acertou. O meio — formado pelos garotos Gabriel Menino, Patrick de Paula e Danilo que estavam absolutamente à vontade em Buenos Aires — funcionou.
Numa escapada pela direita, PK abriu para Menino, que cruzou. O goleiro Armani falhou e Rony, candidatíssimo a xodó palmeirense, marcou aos 26 minutos. O senhor Libertadores participou do seu 12º gol na competição: com sete assistências e cinco gols.
Ainda no primeiro tempo, Scarpa marcou um golaço. Mas o grito de gol foi em vão. Luiz Adriano estava impedido.
O segundo tempo começou do jeito que o Palmeiras precisava. Num contra-ataque, Luiz Adriano deu um lindo giro no zagueiro do River e ficou livre para disparar e ficar de cara para o gol. O camisa 10 botou a bola rasteira debixo das pernas de Armani.
O 2 a 0 destabilizou os argentinos. O Palmeiras contiou a defender bem, mas os espaços para atacar apareceram cada vez mais. E os adversários começaram a bater — com a conveniência do árbitro.
Mas aos 14 minutos foi impossível não expulsar Carrascal. Nervoso, agrediu Gabriel Menino com dois chutes e foi levou vermelho direto. Tão claro que não precisou nem do VAR. Na cobrança da falta, o palmeirense — e a defesa do River — conheceu uma nova jogada ensaiada do Palmeiras. Viña saiu sozinho dentro da área e, de cabeça, fez o 3 a 0.
A partir daí foi administrar o jogo até o fim — e até buscamos o quarto gol, que Willian perdeu.
Essa foi a primeira vez que o Palmeiras venceu o River na Argentina pela Libertadores. No entanto, não foi a primeira derrota de Gallardo por 3 a 0 contra o Alviverde. Lá em 99 (que lembrança boa!), ele estava em campo quando ganhamos a segunda partida daquela semifinal da Libertadores com show do camisa 10 Alex. E vocês sabem como aquela competição terminou — faixa e taça.
Lembrando, não ganhamos um caralho. Mas podemos comemorar por um dia. Na quinta, voltamos à rotina de ansiedade até o dia 12.
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