50 anos do primeiro Robertão

Para além de futebol, o ano de 1967 foi um grande ano de rock’n’roll, estreias e discos lendários, que fariam a história do gênero muito mais rica.

Só para ficar em exemplos que mais me apetecem, teve “Axis; Bold is a Love”, o primeiro disco de Jimi Hendrix, “The Velvet Underground and Nico”, estreia do Velvet Underground, e “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, bolacha que marcaria a consolidação dos Beatles como grande banda.

Afora isso, o mundo pegava fogo com suas guerrilhas, ditaduras e um Vietnã em curso. Não era um mundo para amadores. Talvez por isso, o time do Palmeiras daquele ano tenha se dado tão bem dentro das quatro linhas.

Afinal, o time do Palmeiras de 1967 era tudo, menos “amador”.

Os primórdios do Campeonato Nacional

Para você, amigo Palmeirense que, assim como eu, não era nascido em 1967, cabe uma explicação do que foi o Torneio Roberto Gomes Pedrosa.

Entre os anos de 1950 até 1967, o futebol brasileiro tinha no Torneio Rio-São Paulo sua competição de maior importância. A taça que premiava o campeão se chamava Roberto Gomes Pedrosa e servia bem para dar uma boa amostragem do que havia de melhor no futebol nacional. Todavia, com a chegada dos clubes de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, se fez necessária uma ampliação da disputa.

Dessa forma, em 1967, com 15 clubes na disputa, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ganha a alcunha de “Robertão”, tornando-se assim, o primeiro Campeonato Brasileiro tal e qual conhecemos hoje.

Nele, o Palmeiras fez história. Como sempre. 

O Robertão é nosso!

A noite de 8 de junho de 1967 tinha tudo para ser apenas mais uma noite fria do intenso inverno paulistano.

Acontece que, em meio à bruma pesada da noite fria, havia um grande time de futebol. O Palmeiras foi a campo para enfrentar o Grêmio, na final do primeiro Robertão da história. Os 11 que formavam o Verdão, eram um esquadrão:

Perez, Djalma Santos,Baldochi, Minuca e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia; Dario, Servílio, César Maluco e Tupãzinho. No banco, o comandante Aymoré Moreira, campeão mundial com a Seleção Brasileira em 1962, não tinha maiores preocupações com o time.

Ainda mais com o centroavante que o Palmeiras trouxe.

César Maluco, vindo do Flamengo, chegou, tomou conta da posição, do campeonato, de tudo!

Na decisão, não precisou de mais do que 25 minutos, para decidir a peleja. Logo aos 8 minutos de jogo, abriu o placar. Aos 24, fez o segundo gol e a partida estava definida. Nem mesmo o gol de Ari Ercílio, diminuindo para o Grêmio, evitou a festa verde.

O Palmeiras se tornava o primeiro grande campeão brasileiro, tendo César e Ademar Pantera como artilheiros da competição (15 gols cada). Naquele mesmo ano seria o segundo grande campeão também.

Mas aí é outra história, que volto para contar depois.