A América é verde! Palmeiras vence Deportivo Cali e fatura Libertadores nos pênaltis

Foto: Evelson de Freitas/Folhapress

Os mais de 34 mil palmeirenses presentes no Palestra Itália na noite do dia 16 de junho de 1999, não esperavam que o Verdão sofreria tanto para conquistar o seu primeiro título de Libertadores. Diferente do que aconteceu no duelo da semifinal, diante do River, quando o time de Scolari atropelou os argentinos, a decisão diante do Deportivo Cali não foi nada fácil.

Precisando reverter a derrota por 1 a 0 na Colômbia para ficar com o título, o nervosismo tomou conta do Palmeiras, que não conseguia criar as suas jogadas pelo chão. Tanto que os momentos de mais perigo ao gol de Dudamel no primeiro tempo foram em jogadas pelo alto.

Roque Jr parou na trave, enquanto Paulo Nunes isolou uma tentativa de voleio na pequena área colombiana.

O Verdão pouco sofreu atrás, mas Bonilla fez os corações alviverdes pararem por segundos em um rápido contra-ataque. O perigoso atacante do Deportivo Cali parou nas mãos de Marcos.

A segunda etapa começou sem muitas novidades. A falta de criatividade do Palmeiras fez com que Felipão tentasse uma substituição ousada. Evair entrou no lugar de Arce, e o volante Rogério foi deslocado para a lateral-direita, deixando somente César Sampaio na proteção no meio campo.

A alteração deu certo, e em um lance de cobrança rápida de falta, Alex achou Rogério, o camisa 16 cruzou para Paulo Nunes que apenas conseguiu ajeitar a bola para a grande área. Oséas estava pronto para cabecear para o gol quando a mão do defensor colombiano o interrompeu. Penâlti para o Palmeiras bem assinalado pelo árbitro Ubaldo Aquino.

Evair cobrou com a maestria de sempre e colocou o Verdão na frente, fazendo o Palestra Itália tremer de emoção.

penalti-libertadores-1999-rogerio-pallatta

Mas a alegria durou pouco, cinco minutos depois do gol alviverde, Junior Baiano fez um pênalti infantil em Bedoya e retribuiu a chance dos visitantes empatarem a partida. Zapata bateu de trivela vencendo Marcos e igualando o placar.

Não demorou muito para Felipão chamar o talismã Euller para entrar no lugar de Alex. Uma substituição que virou rotina durante toda a competição. E mais uma vez deu certo.

Bastaram alguns minutos de Euller em campo para que Júnior achasse Oseás na pequena área. O camisa 9 estufou as redes e na comemoração aproveitou para parabenizar a sua cidade, Salvador, que estava completando 450 anos.

A pressão aumentou e tudo parecia que seria decidido no tempo normal quando o Verdão ficou com um a mais em campo, após Oséas ser atingido por uma cotovelada. Mas o Palmeiras não conseguiu tirar proveito da situação, e o drama aumentou quando Evair também foi expulso por atingir sem bola um zagueiro do Deportivo Cali.

O Palmeiras perdia o seu melhor batedor de pênaltis, com a decisão se encaminhando para a marca da cal. Alex e Arce já haviam saído. O torcedor tinha bons motivos para não querer que o título fosse decidido nas penalidades.

Mas não teve jeito. Ubaldo Aquino apitou o final de jogo e a primeira Libertadores do Verdão teria que ser conquistada nos pênaltis.

WhatsApp-Image-2020-05-31-at-14.51.14

Zinho começou a disputa e bateu na trave, aumentando o desespero alviverde. O Deportivo Cali converteu as suas três primeiras penalidades, enquanto o Verdão marcou com Junior Baiano, Roque Jr e Rogério.

Bedoya enfim acertou a trave devolvendo as esperanças para os palmeirenses. Euller, com muita frieza colocou o Palmeiras na frente pela primeira vez. 4 a 3.

Zapata, o mesmo que marcou no tempo normal, partiu para fechar a série. Se fizesse, a disputa iria para as alternadas. Caso errasse, o Palmeiras seria Campeão da Copa Libertadores pela primeira vez.

Os gritos de ‘Fora! Fora! Fora!’ ecoavam pelas alamedas de toda Pompéia. O colombiano não suportou a pressão e bateu pra fora. Marcos saiu correndo em um gesto que ficou marcado para sempre na história da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Reveja os melhores momentos dessa épica conquista: