A arbitragem erra até quando acerta: os erros de fato no pênalti de Brasília
O árbitro Paulo Roberto Alves Júnior claramente deixa o Botafogo cobrar o tiro livro indireto por simulação (interpretada por ele) de Deyverson, punida com cartão amarelo. O árbitro corre de costas para o reinício de jogo em direção ao meio-campo até o paralisar, depois de 43s da infração que ele apitou e puniu com cartão.
Já não é o procedimento recomendável. Mas fica ainda pior por duas situações expressas na regra do jogo, e que ele e muitos árbitros brasileiros não estão seguindo.
Quando se revisa um lance como esse com o VAR, o árbitro precisa sinalizar claramente a todos, com o dedo sobre o ouvido, que a jogada está sob revisão na cabine. E ela estava mesmo, como foi modificada a decisão – e acertadamente, pelo pisão de Gabriel em Deyverson, que parecia mesmo (mais uma) simulação desmedida do atacante.
O que parece pela imagens do Premiere é que o árbitro ou não prestou atenção na cobrança da falta por Gatito ou esqueceu mesmo da revisão do VAR. Tanto que paralisa o jogo e manda voltar a cobrança da infração, 4 segundos depois de ser cobrada pelo goleiro do Botafogo. Então ele resolve ir até a cabine no gramado para fazer a OFR (“revisão no campo de jogo”) a respeito do lance que enfim considera pênalti – até porque só depois de rever muitas vezes, e por um ângulo apenas, ele consegue ver o pisão faltoso de Gabriel no tornozelo de Deyverson.
O problema todo é que depois de aplicar um cartão a um atleta, como está na foto que mostra a regra do jogo, página 198, “linguagem corporal, comunicação e apito”, o árbitro só pode reiniciar o jogo apitando.
Aqui a regra é clara. Não pode deixar o atleta bater a hora que quiser a infração. O jogo só pode ser reiniciado pelo apito que não houve do árbitro.
Também isso a arbitragem em Brasília não seguiu a regra básica.
Paulo Alves Júnior estava ou desatento ou sem comunicação ou esquecido ou não sabia.
Tudo junto.
Daí caracterizar toda a confusão como “erro de direito” para tantos erros de fato ou pisadas no apito como tenta caracterizar o pedido do Botafogo parece outra questão.