A crítica de uma classificação anunciada – Palmeiras 2×0 Sampaio Correa

Foto: Tossiro Neto/GE

A gente odeia amar esse jogo lindamente chato. A gente ama reclamar das caneladas do fazedor de gol. Odiamos também o amor platônico pelo futebol do cabelo platinado. Vaiamos a cabeçada que parecia errada, mas celebramos com êxtase a linda troca de passes que foi pra rede. Em noite de pouca emoção, restam as filosofadas de uma classificação anunciada.

Foi ótima chance pra rever Borja. Rival paupérrimo, companheiros titulares. Interessado, pecou por gestos errados, mas não repetiu as noites indolentes de outrora. Foi em um lance dele, à sua, que saiu o lindo lance entre Lucas Lima, Dudu e Mayke que resultou no primeiro gol da noite, no pé esquerdo do excelente lateral direito hoje reserva. Era o segundo no agregado contra o Sampaio Corrêa.

Já sem Lucas Lima, que não foi mal, mas pouco foi bem, o Palmeiras iniciou o segundo tempo com Scarpa e com o segundo gol das oitavas da Copa. Em linda bola do refeito Moisés, o lateral artilheiro achou Zé Rafael livre para fazer de cabeça. O camisa 8 coroava um jogo de lindos lances que vinha fazendo. Um tanque, mas com habilidade dos delicados. Confiante como nunca, vai jogando como sempre jogou pela Bahia.

Desde o gol, o jogo acabou. E o tempo sobrou para encontrar pêlo em ovo ou discussão em vitória. Defesa segura, uma vez mais, mesmo sem os imbatíveis de mil minutos, mas poderia sofrer menos, segundo o que li por aí. O camisa 10 deveria dar um passe mágico a mais. O 9, fazer quinze gols. O time, 39 a menos doze. Tem faltado tristeza para quem só sabe vencer. Pelo menos em teoria de aprendizado.

O Palmeiras fez o que se habituou a fazer. Venceu, não sofreu, girou elenco, mostrou peças como Matheus Fernandes, classificou-se para as quartas de final da Copa do Brasil, passou sem susto algum. Com 3 a 0 no agregado. E ainda há quem prefira cutucar a onça com argumento curto. E pobre.