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Análise Verdão: A falta que fez Danilo ao meio-campo do Palmeiras contra o Santos

Capacidade de passe e noção de espaço da Cria da Academia explicam parte das dificuldades do Alviverde contra o Peixe

Jovem deu uma assistência e marcou um gol contra o Delfín (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Jovem deu uma assistência e marcou um gol contra o Delfín (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Uma das mais gratas surpresas do Palmeiras nos últimos tempos, Danilo foi lançado na equipe principal aos 19 anos, em uma “roubada”, no time desorganizado de Luxemburgo e, desde então, apenas evoluiu. Volante que sabe jogar em diversas funções do meio-campo, tem ganhado cada vez mais espaço no elenco e, portanto, quando não joga faz muita falta. Contra o Santos, isso foi bastante perceptível.

No “Clássico da Saudade”, disputado no último sábado (5), na Vila Belmiro, o Palmeiras não tinha Danilo, suspenso. Com Felipe Melo e Patrick de Paula lesionados, a opção escolhida por Abel Ferreira e seus auxiliares foi a de improvisar Emerson Santos, zagueiro, como primeiro volante.

Até o momento, o Peixe foi o adversário melhor colocado na tabela do Brasileirão que o Palmeiras enfrentou sob o comando do treinador português. Assim sendo, é importante fazer essa ressalva sobre a alta qualidade do adversário e o grau de exigência do confronto. Ainda assim, a diferença de Emerson para Danilo explica alguns dos problemas do Alviverde na partida.

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Primeiro de tudo, a questão física: no meio-campo realiza-se mais ações de alta intensidade do que na zaga. Inclusive, essa foi a justificativa de Luxemburgo para deslocar Felipe Melo para a linha defensiva. Então já seria natural Emerson sentir a parte física. Ademais, o zagueiro não tem o hábito de se movimentar para gerar linhas de passe.

Por isso, Emerson Santos foi pouco acionado na saída de jogo e o Verdão optou por uma iniciação de jogadas pelos lados ou com bola longa com frequência. Ao todo, o zagueiro deu 22 passes e acertou somente 12, obtendo um aproveitamento de 55%. Já Danilo, na rodada anterior, contra o Athletico. Passou a bola 35 vezes e foi bem sucedido em 80% delas, ou seja, em 28 oportunidades.

Danilo faz exatamente o contrário, sempre busca se posicionar em espaços onde o passe vindo dos zagueiros possa encontra-lo. Além disso, em poucos toques na bola ele vira o corpo e acelera a jogada. Algo extremamente difícil para um defensor sem experiência como volante. Essa questão de posicionamento também ocorre no momento defensivo, já que é necessário tempo para entender o momento de proteger a entrada da área, cobrir laterais ou sair da posição para pressionar.

Um conceito fundamental das equipes de Abel Ferreira é o uso da amplitude. Ela te permite utilizar toda a largura do campo e desorganizar a defesa adversária. Viradas de jogo e lançamentos são fundamentais para acionar atletas no lado do campo em condições de criar chances de gol. Danilo é excelente nisso. Também na vitória por 3 a 0 contra o Athletico, o jovem meio-campista acertou 7 bolas longas em 10 tentativas. Emerson Santos tentou somente uma na Vila Belmiro, e errou.

É seguro dizer que, com Danilo em campo, o Palmeiras teria mais argumentos para vencer a pressão intensa do Santos no setor ofensivo, bem como subir a marcação com maior frequência. Entretanto, não é necessário fazer grandes juízos sobre Emerson Santos, sacrificado em uma posição que não é a sua.

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