A ferida está aberta e só há uma maneira de cicatrizá-la
Foi um baque. Um dos mais duros da década para o torcedor palmeirense. Perder esse título só não foi pior que o rebaixamento em 2012. É um jogo que mina a auto-estima, a confiança e o poder tanto do elenco, dirigentes, funcionários, quanto da sua torcida. Que se acostumou a ter um time forte, porém perdedor.
O torcedor que paga o ingresso mais caro do Brasil, e tem que enfrentar 800 filas e bloqueios para chegar na porta do seu estádio, mais uma vez saiu triste, decepcionado. A arbitragem influenciou sim, não tem como dizer que não. Esfriou o jogo no momento em que o Palmeiras estava ensandecido atrás do gol. Mais de 8 minutos para voltar atrás de um pênalti duvidoso, em que o quinto árbitro não tinha condição nenhuma de opinar da onde estava.
Acabou com todo o psicológico do time. A torcida que já estava quieta e ansiosa, ficou mais pilhada ainda. Um balde de água fria e uma mancha num espetáculo que tinha tudo para ser decidido sem as polêmicas da nossa fraca arbitragem.
Mas é muito pouco. Ainda assim é muito pouco. Um time não pode levar um gol com 1 minuto de jogo em uma partida desse tamanho. Não pode. É um sinal de imaturidade e de alerta gigantesco para o restante da temporada. Também não pode bater pênaltis com a displicência que bateu. Também não pode ter o melhor ataque da competição e não assustar o Cássio uma vez se quer em 180 minutos.
Assim como o Corinthians de 2015, que foi eliminado pelo Palmeiras nos pênaltis no Paulistão, e que logo depois criou casca e coragem para ganhar o título brasileiro, o mesmo pode acontecer com o Palmeiras agora. Se o trabalho seguir, o time chega muito forte para o Brasileirão, ainda mais por a competição ser de pontos corridos.
É hora de ter resiliência, palmeirense. Vocês sabem como ninguém tirar forças da onde não tem. Quarta-feira é dia de Libertadores. Dia de espantar um fantasma que persegue o clube desde aquela injustiça de 2000. Não há tempo para lamentações.
A ferida está aberta, e ardendo. Mas só há uma maneira de cicatrizá-la. Trabalhando. Com foco, objetivo. O torcedor está cansado de desculpas e discursos vitimistas. É preciso transformar a indignação e o planejamento em títulos.
O Palmeiras nunca fugiu de campo e nunca fugirá. É preciso enfrentar quem for, assim, de peito aberto, ostentando a sua fibra. Perseguir imprensa, querer romper com Deus e o mundo não é a solução.
A solução é ser mais Palmeiras na hora da decisão. Coisa que o clube não é desde 29 de Novembro de 2016…
*Nota de repúdio: Todo o meu apoio e solidariedade para a repórter e amiga Mariana Pereira, da Rádio Trianon e do site Esportudo. Infelizmente uma parcela da torcida do Palmeiras demonstrou um machismo e uma atitude covarde após o jogo de ontem. Nenhum ser humano do mundo merece ser atacado dessa forma, sem fazer absolutamente nada. É preciso dar um basta nisso!#deixaelatrabalhar