A primeira vez da geração dos quases. A nossa vez.

Foto: Sérgio Ortiz/Forza Palestrina
Hoje é a primeira semifinal da Libertadores de muitos que nasceram no final dos anos 90 e começo dos anos 2000. Não vivemos os anos mais gloriosos do Verde. Vivemos derrotas, quases e muito sofrimento. É daí que nasce o torcedor apaixonado, eu sei, do sofrimento. Hoje podemos viver o dia mais feliz na Libertadores de toda uma geração palmeirense nascida e criada na fase difícil.

O primeiro jogo, após o apito final dos primeiros 90 minutos, eu fiquei 15 minutos olhando para o nada em silêncio. Foram 15 minutos desistindo e desacreditando. Me permiti duvidar por esse tempo, mas agora não temos mais tempo para isso. Precisamos de todo aquele amor que nos faz pulsar e viver para apoiar o nosso amor. A garganta vai berrar até não ter mais voz. Os pés vão pular até não ter mais chão. O coração vai amar até não ter mais condição.

São poucos anos vivendo Palmeiras comparado a tantos outros, mas são intensos e memoráveis. Eu não estava em 93, 94, 96. Eu não lembro de 98 e 99. Não sofri em 2002 e nem em 2003, até porque não entendia o que era rebaixamento. Não lembro de 2008. Vivi, de fato, o quase em 2009. A alegria maior em 2012 e o desespero meses depois. Sofri muito em 2013 e sofri mais ainda em 2014. 2015 veio como um acalanto para os corações que só sabiam sofrer, mas eu estava de longe. 2016 fui para o estádio pela primeira vez, depois de dias tentando convencer a mãe para viajar 220km para ir para Londrina, vi o Campeão Brasileiro, de perto, mas longe de casa. Vivi mais um quase em 2017 e, agora, temos a grande chance. Chegou. É hoje. Dia de quem já viveu, poder reviver. E de quem ainda não teve esse privilégio, viver.

Minha história com o Palmeiras é curta e igual a de todos que nasceram junto comigo, não tem nada de especial. São tantos como eu, que aguardam esse dia com tanta ansiedade. Não vivemos os títulos mais importantes, é fato, mas hoje é dia de matar a saudade de tudo aquilo que foi vivido e nós não estávamos. Hoje é dia da gente estar. Por isso, desacreditar não é uma opção. Vamos juntos. Quem viu e quem não viu. Hoje vamos todos viver Palmeiras.