A volta do Palmeiras em 2013
Foto: Marcos Riboli/Globoesporte.com
Faz cinco anos que escrevi este texto para o LANCE!Depois do retorno da equipe à Série A do Brasileiro.
O que escrevi há seis anos:
Eu não vou para a Paulista comemorar como fui pela primeira vez em 12 de junho de 1993. Eu não retorno à avenida que foi palmeirense pela última vez em 2012, na Copa do Brasil, quando fui com meus filhos celebrar o mais inesperado título palestrino – se é que existe inesperado campeão quando esse vencedor é o Palmeiras.
Eu celebro comedido o retorno ao lugar do campeão do século (passado) como celebrei o SP-76. Ergo o braço, beijo a família, abraço os amigos de credo e de verde, e volto a dormir. Sem muita graça. Sem desgraça. Na raça. Sem pirraça. Sem troço. Sem troco para algo que não tem dinheiro que pague na Segundona dos infernos reloaded. Esse treco onde insistimos em meter os pés tortos pelas mãos de alface.
Comemoro o Verdão com um sorriso meio amarelo – e não da pátria amada, Palmeiras. É obrigação subir para um grande que cai – mas que não se rebaixa. Só que agora chega. Já deu. 2013. 2003. Sem contar as Taças de Prata de 1981 e 1982. É muito ferro para muito Palmeiras. Mesmo quando pouco de espírito de porco se viu nesses anos de chumbo.
Tem ainda muito Palmeiras a ser replantado e repensado. Festejo não por ser campeão, mas por ser palmeirense. De primeira ou de segunda. Amor que multiplica. Que não tem divisão. Tudo que já escrevi pra nós e pros outros. Tudo que espero não escrever de novo.
Basta de celebrar o que também não podemos ter vergonha. Mas, sim, grandeza para saber quanto pensamos e quando jogamos pequeno. Quanto nos apequenamos em vez de ser apenas Palmeiras.
Mais uma vez o Verdão expiou pecados e projetos não pagos. O palmeirense, mais uma vez, vestiu a camisa e carregou no colo o time limitado com um amor ilimitado pelo Brasil da B com classe A.
Não fomos a academia de futebol que somos. Mas soubemos de novo honrar o que nos faz viver. O Palmeiras. Não jogamos como tal. Mas nos portamos com a mesma seriedade e humildade. Encarando a segunda com alma de primeira. Cruzando cada rio como se fosse o de Janeiro na Copa Rio de 1951. Vencendo cada partida como se fosse uma Libertadores de 1999. Reconquistando o Brasil como se fosse na Taça e na Copa do Brasil. Como se fosse Robertão e Brasileirão. Como nessa fossa em que nos metemos saímos de alma lavada.
Aprendemos pouco de futebol na Segundona. Mas, uma vez mais, ensinamos mais que Palmeiras. Demos uma lição de amor. Aquilo que aprendemos nas vitórias que ninguém ganhou mais vezes no Brasil. Naquilo que aprendemos nas derrotas que já doeram demais.
Parabéns, palmeirense. Você é um sujeito de primeira. Você não precisa ser campeão para celebrar nosso Palmeiras. Só precisa do nosso Palmeiras para ser o que é. Campeão.